PSP investiga ligações de adeptos a grupos violentos
Polícia sabia que indivíduos que originaram desacatos no Estádio do Dragão iam estar presentes, mas foi despistada pela sua chegada dispersa.
Os suspeitos vestiam roupas negras, debaixo das quais traziam camisolas e cachecóis do Sporting. A polícia admite que o grupo tenha influências do hooliganismo, que terá ramificações em claques portuguesas. A violência e o modo de actuação e de vestir são semelhantes aos desses movimentos.
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Os suspeitos vestiam roupas negras, debaixo das quais traziam camisolas e cachecóis do Sporting. A polícia admite que o grupo tenha influências do hooliganismo, que terá ramificações em claques portuguesas. A violência e o modo de actuação e de vestir são semelhantes aos desses movimentos.
O PÚBLICO apurou ainda que os agentes destacados para acompanhar os adeptos sabiam, com base em dados recolhidos recentemente, que o grupo organizado iria aparecer. Aliás, algumas fontes da PSP conotam aquele grupo com uma “nova claque” do Sporting, que terá sido formada no início desta época e que é integrada por elementos referenciados pelas autoridades. Alguns serão até dissidentes de outras claques em que já provocaram incidentes.
Apesar de sobreaviso, a PSP perdeu-lhes o rasto. Esperava que surgissem todos juntos mas, ao invés, dispersaram-se, utilizaram diferentes meios de transporte e abordaram o Estádio do Dragão vindos de diversas ruas, apenas em grupos de dois. Esperando-os em grupos maiores, a PSP não os localizou de imediato, tendo apenas percebido a sua chegada quando, após descerem a Alameda do Dragão, já tinham iniciado os distúrbios, arremessando pedras e agredindo quem ali se encontrava. Três pessoas ficaram feridas na sequência dessas agressões.
Ao que o PÚBLICO apurou, os desacatos tiveram início às 18h, cerca de duas horas antes do jogo entre o FC Porto e o Sporting, e as agressões que o grupo iniciou terão provocado rivais da claque portista dos Super Dragões que ali estavam e reagiram como numa luta pelo território. Nessa altura, já com vigilantes e elementos do Corpo de Intervenção da PSP a tentar conter os desacatos, o grupo forçou a entrada na porta 25 do estádio.
A PSP identificou 100 elementos pelos crimes de participação em rixa, introdução em lugar vedado ao público, ofensas à integridade física e dano. Porém, fonte policial garantiu ao PÚBLICO que o grupo agressor teria “apenas 60 elementos”.
Os suspeitos foram de imediato divididos e conduzidos às esquadras da Bela Vista e das Antas. Não existiam condições para identifica-los no local. Lá foram identificados e questionados sobre o seu envolvimento na rixa. Saíram da PSP depois da meia-noite. Já não viram o jogo.
Os processos em que são visados deram origem a inquéritos no Ministério Público. A PSP vai agora prosseguir as investigações — analisar as imagens de vídeo onde surjam e recolher testemunhos — no sentido de obter mais provas para levar os indivíduos a julgamento.