Novo autarca socialista de Gaia entrega Ambiente a vereadora do PSD
Depois do acordo com independentes, Eduardo Vítor Rodrigues fractura bancada social-democrata ao dar responsabilidades executivas a Mercês Ferreira.
Com este convite à vereadora social-democrata, Eduardo Vítor Rodrigues fractura a bancada do PSD no executivo, uma vez que nem Firmino Pereira, que era vereador na anterior câmara, nem Elísio Pinto, ex-presidente da Junta de Freguesia de Vilar do Paraíso, ficam com quaisquer pelouros.
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Com este convite à vereadora social-democrata, Eduardo Vítor Rodrigues fractura a bancada do PSD no executivo, uma vez que nem Firmino Pereira, que era vereador na anterior câmara, nem Elísio Pinto, ex-presidente da Junta de Freguesia de Vilar do Paraíso, ficam com quaisquer pelouros.
Eduardo Vítor Rodrigues disse que convidou a vereadora do PSD, com quem mantém um bom relacionamento, por entender que Mercês Ferreira tem “competência técnica” para ocupar o cargo, que terá de dar andamento a “projectos importantes”, como a negociação da adesão de Gaia à Lipor e selagem do aterro em Sermonde.
“Admito que este convite provoque rupturas no PSD, mas esse não é um problema nem meu nem da câmara”, afirmou o presidente ao PÚBLICO, salientando que a sua estratégia para o executivo “passa por uma gestão transversal”.
Ao PÚBLICO, a vereadora social-democrata disse que aceitou o convite porque se trata de um “projecto específico na área ambiental que acompanho há 20 anos, técnica e politicamente, e que em nada diverge do trabalho que estava a desenvolver no anterior mandato” de Luís Filipe Menezes.
“A democracia tem de funcionar com base em consensos, desde que esses consensos sejam para o bem público e para as populações”, acrescentou a vereadora, que não pretende entregar o cartão de militante do PSD, porque entende que o facto de aceitar responsabilidades executivas não é razão para o fazer. Para além de que, diz, “o partido teria de analisar outros casos mais graves, como o do meu colega do PSD de Sintra que aceitou responsabilidades” de um presidente socialista, Basílio Horta.
Mercês Ferreira revelou ainda que teve uma conversa prévia com os vereadores do seu partido. “Houve uma conversa antes de ser convidada, dei-lhes a minha opinião sobre o que poderia acontecer e disse-lhes que a probabilidade de aceitar era grande”, revelou ainda ao PÚBLICO.
A delegação de competências aos vereadores com responsabilidades executivas foi feita esta sexta-feira, na primeira reunião de câmara, onde Eduardo Vítor Rodrigues assumiu os pelouros do Urbanismo, Finanças, Emprego, Educação e Acção Social. O vice-presidente da câmara, Patrocínio Azevedo, fica com as Obras Municipais, entre outros.
Os três vereadores independentes eleitos pelo Movimento Juntos por Gaia, José Guilherme Aguiar, Cândida Morais e Valentim Miranda, têm também responsabilidades executivas, no âmbito do acordo programático de compromisso que o presidente da Câmara de Gaia fez com o primeiro vereador independente, em nome da governabilidade da autarquia.
José Guilherme Aguiar vai ficar com os pelouros do Desporto, Turismo, Protecção Civil, Segurança e Empreendorismo, a economista Cândida Morais é a nova presidente da empresa municipal Águas de Gaia e o arquitecto Valentim Miranda vai tutelar a Reabilitação Urbana.