BES com prejuízos de quase 400 milhões
Banco passou de 90,4 milhões de lucro nos primeiros nove meses de 2012 para 381 milhões de prejuízo no mesmo período deste ano.
Os números foram anunciados ao final da tarde desta sexta-feira pelo presidente do grupo bancário, Ricardo Salgado, que arrancou com a última ronda de apresentação das contas trimestrais dos bancos (os números dos três meses seguintes já serão divulgados no início de 2014).
“Fiquei surpreendido [com a venda de 6,4% da PT pela CGD], não posso deixar de o dizer”, confessou o presidente do BES (que tem 10% da PT), instado a comentar o anúncio realizado esta quinta-feira pelo grupo estatal de que colocava no mercado as suas acções da PT (um encaixe de 190 milhões).
“Tanto quanto sei, a CGD foi informada do processo de fusão coma OI e acredito que valia a pena ter esperado pela consumação, que abre um mundo de perspectivas à PT e que a deverá valorizar”, explicou Ricardo Salgado. “Esta urgência na venda é um bocadinho surpreendente, mas também sei que a Caixa (CGD)” tem de vender as participações em empresas não core. Agora, adiantou, o BES, enquanto núcleo português, não vai ficar sozinho na nova empresa, pois também “lá está a Ongoing”, uma empresa que opera na esfera do GES.
“O pior que nos podia acontecer a Portugal era um resgate e se as medidas do Orçamento para 2014 forem chumbadas pelo Tribunal Constitucional pode haver um segundo resgate”, observou Ricardo Salgado, lembrando que “Portugal tem uma maioria parlamentar que aprova o programa de sustentabilidade das Finanças Públicas e depois não consegue pôr em prática”, por causa das “reacções do TC o que gera instabilidade e dúvidas nos mercados”. “A Grécia está a fazer o seu caminho, está a melhorar, e não podemos ficar atras da Grécia.”
Sobre a contribuição especial aplicável ao sector bancário, Salgado considera o imposto negativo. Observou: “Antes diziam que os bancos não pagavam impostos suficientes em relação aos lucros que tinham. Agora têm prejuízos enormes” com os impostos a subirem.
Uma declaração que surge no dia em que o BES revelou prejuízos acumulados de 381 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, período em que a área internacional, embora a cair 66,3%, se manteve positiva com lucros de 30,9 milhões de euros. Em temos de rácio de capital Core 1 o BES ficou em 10,4%, acima do nível recomendado pelas autoridades.
O banco justifica a evolução negativa, com o programa acordado com a troika que Portugal está a executar, que se repercutiu “no número de insolvências das empresas e de desemprego com impactos relevantes no desempenho do sector financeiro português e também no Grupo BES.”
Sobre as tensões que estão a dominar as relações luso-angolanas, o banqueiro manifestou vontade de que “tudo se faça para que a relação de familiaridade com Angola seja recuperada”. Até porque há hoje “uma enorme vontade dos sectores empresariais dos dois países de continuar a estreitar relações comerciais. Há mais de 150 mil portugueses a trabalhar em Angola e empresários a trabalhar bem no País, apoiar esses empresários é crítico”. “Esperemos que a evolução politica se possa fazer rapidamente”, disse Ricardo Salgado, enquanto recordava ter ido recentemente a Luanda, onde se cruzou “com grande delegação empresarial belga, chefiada pela princesa Astrid”, que procurava a profundar o relacionamento com aquele país africano.
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Os números foram anunciados ao final da tarde desta sexta-feira pelo presidente do grupo bancário, Ricardo Salgado, que arrancou com a última ronda de apresentação das contas trimestrais dos bancos (os números dos três meses seguintes já serão divulgados no início de 2014).
“Fiquei surpreendido [com a venda de 6,4% da PT pela CGD], não posso deixar de o dizer”, confessou o presidente do BES (que tem 10% da PT), instado a comentar o anúncio realizado esta quinta-feira pelo grupo estatal de que colocava no mercado as suas acções da PT (um encaixe de 190 milhões).
“Tanto quanto sei, a CGD foi informada do processo de fusão coma OI e acredito que valia a pena ter esperado pela consumação, que abre um mundo de perspectivas à PT e que a deverá valorizar”, explicou Ricardo Salgado. “Esta urgência na venda é um bocadinho surpreendente, mas também sei que a Caixa (CGD)” tem de vender as participações em empresas não core. Agora, adiantou, o BES, enquanto núcleo português, não vai ficar sozinho na nova empresa, pois também “lá está a Ongoing”, uma empresa que opera na esfera do GES.
“O pior que nos podia acontecer a Portugal era um resgate e se as medidas do Orçamento para 2014 forem chumbadas pelo Tribunal Constitucional pode haver um segundo resgate”, observou Ricardo Salgado, lembrando que “Portugal tem uma maioria parlamentar que aprova o programa de sustentabilidade das Finanças Públicas e depois não consegue pôr em prática”, por causa das “reacções do TC o que gera instabilidade e dúvidas nos mercados”. “A Grécia está a fazer o seu caminho, está a melhorar, e não podemos ficar atras da Grécia.”
Sobre a contribuição especial aplicável ao sector bancário, Salgado considera o imposto negativo. Observou: “Antes diziam que os bancos não pagavam impostos suficientes em relação aos lucros que tinham. Agora têm prejuízos enormes” com os impostos a subirem.
Uma declaração que surge no dia em que o BES revelou prejuízos acumulados de 381 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, período em que a área internacional, embora a cair 66,3%, se manteve positiva com lucros de 30,9 milhões de euros. Em temos de rácio de capital Core 1 o BES ficou em 10,4%, acima do nível recomendado pelas autoridades.
O banco justifica a evolução negativa, com o programa acordado com a troika que Portugal está a executar, que se repercutiu “no número de insolvências das empresas e de desemprego com impactos relevantes no desempenho do sector financeiro português e também no Grupo BES.”
Sobre as tensões que estão a dominar as relações luso-angolanas, o banqueiro manifestou vontade de que “tudo se faça para que a relação de familiaridade com Angola seja recuperada”. Até porque há hoje “uma enorme vontade dos sectores empresariais dos dois países de continuar a estreitar relações comerciais. Há mais de 150 mil portugueses a trabalhar em Angola e empresários a trabalhar bem no País, apoiar esses empresários é crítico”. “Esperemos que a evolução politica se possa fazer rapidamente”, disse Ricardo Salgado, enquanto recordava ter ido recentemente a Luanda, onde se cruzou “com grande delegação empresarial belga, chefiada pela princesa Astrid”, que procurava a profundar o relacionamento com aquele país africano.