Viagens de balão até às portas do espaço é o que promete uma empresa
Cada viagem vai custar cerca de 54.500 euros, durará mais de duas horas e podem ir até seis turistas.
A World View Enterprises, uma empresa com sede no Arizona, Estados Unidos, quer começar a realizar estes voos dentro de três anos. “Os passageiros estarão entre os poucos a ver a curvatura da Terra e a terem, a partir da escuridão do espaço, uma visão do mundo que é de tirar o fôlego”, lê-se num comunicado de imprensa da empresa, citado pela agência notícia AFP.
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A World View Enterprises, uma empresa com sede no Arizona, Estados Unidos, quer começar a realizar estes voos dentro de três anos. “Os passageiros estarão entre os poucos a ver a curvatura da Terra e a terem, a partir da escuridão do espaço, uma visão do mundo que é de tirar o fôlego”, lê-se num comunicado de imprensa da empresa, citado pela agência notícia AFP.
“Observar a Terra suspensa no vazio negro do espaço vai ajudar as pessoas a compreenderem a ligação que temos com o nosso planeta-mãe e com o Universo”, salienta Jane Poynter, directora-executiva da empresa, no comunicado. “O nosso outro objectivo é abrir uma nova panóplia de possibilidades para o exercício da curiosidade humana, da investigação científica e de educação”, refere ainda, citada pela revista Wired.
Espaço começa aos 100 quilómetros
A gôndola espacial irá transportar oito pessoas, seis turistas mais dois tripulantes, e foi desenhada para manter as condições de pressurização necessárias à vida humana. Apesar de a fronteira do espaço estar definida aos 100 quilómetros de altitude, quando a atmosfera se torna tão fina que a aerodinâmica das asas de um avião deixa de funcionar para suportar o veículo, aos 30 quilómetros de altitude a despressurização já é suficiente para nos matar. Por estar preparada para manter as condições de pressurização, a autoridade norte-americana para a aviação civil considerou a cápsula da World View Enterprises como um veículo espacial.
Um balão enorme de hélio, com 1,1 milhões de metros cúbicos, vai permitir ao veículo ascender calmamente até aos 30 quilómetros. “O [tecido] do balão tem uma espessura de um saco de plástico. É um material muito fino, necessário para que a cápsula atinja aquela altitude. É aqui que está o risco técnico. Mas os riscos de descompressão da nave ou a falha dos sistemas de suporte da vida são realmente mínimos. Temos muitos sistemas redundantes e podemos voltar para altitudes baixas muito rapidamente”, explica por sua vez Taber MacCallum, chefe do departamento de tecnologia da empresa, citado pela agência noticiosa Reuters.
Quando o veículo chegar aos 30 quilómetros de altitude, um sistema corta as amarras ao balão maior e a gôndola fica suspensa pelo pára-quedas. Para voltar ao chão, a cápsula tem um pára-quedas mais pequeno. A descida conclui-se entre 25 e 40 minutos, mas o pára-quedas estará aberto desde o início da viagem. Desta forma, se a meio do percurso acontecer algo ao balão maior, o veículo pode descer imediatamente sem perigo.
Os passageiros não vão atingir o espaço nem vão poder experimentar alguns minutos de gravidade zero, como a experiência que a Virgin Galactic quer proporcionar a turistas. A empresa de Richard Branson está a desenvolver uma nave para levar turistas numa viagem suborbital, com o arranque marcado para 2014. Já vendeu 650 bilhetes, por valores entre os 200.000 e os 250.000 dólares, avança a AFP. Estes valores são 2,6 e 3,3 vezes superiores ao dos bilhetes que a World View Enterprises quer cobrar.
O empresário português Mário Ferreira é um dos que já tem viagem marcada na Virgin Galactic. Mas já houve quem fosse mesmo ao espaço. O multimilionário Dennis Tito ficou conhecido como o “primeiro turista do espaço”, quando, em 2001, conseguiu, a troco de 20 milhões de dólares (cerca de 14,5 milhões de euros), um lugar na nave russa Soyuz com destino à Estação Espacial Internacional. Durante uma semana, esteve lá em cima, a cerca de 350 quilómetros de altitude.
Agora, a World View Enterprises defende que pode oferecer uma experiência espacial, mas mais barata. “Descobrimos que era possível criar um plano de negócios com um bilhete que não é muito diferente de uma experiência de luxo, como os safaris mais caros”, defende Taber MacCallum.
Ainda não se sabe de onde é que a gôndola irá partir, poderá até ser de vários locais nos Estados Unidos numa primeira fase. Mais tarde, as viagens poderão partir de outros países.