Aviso laranja alargado a todo o país devido à previsão de chuva forte

Lisboa, Oeiras, Vila Franca de Xira, Amadora e Loures foram as zonas mais afectadas, com quase 200 ocorrências. Balanço nacional não está concluído, mas últimos dados apontam para pelo menos 360 pedidos de ajuda em todo o país.

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Alcântara foi das zonas mais afectadas em Lisboa Enric Vives-Rubio/Arquivo

O segundo comandante André Fernandes, do CDOS, adiantou ao PÚBLICO que a maior parte dos casos foram inundações na via pública, apesar de também terem recebido pedidos de ajuda por parte de privados, sobretudo de casas ou lojas no rés-do-chão. Da informação recolhida em 16 municípios, Oeiras foi o mais afectado, com 35 ocorrências, seguido de Vila Franca de Xira, com 30, Amadora e Loures, ambos com 26, Sintra com 20 e Odivelas com 14.

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O segundo comandante André Fernandes, do CDOS, adiantou ao PÚBLICO que a maior parte dos casos foram inundações na via pública, apesar de também terem recebido pedidos de ajuda por parte de privados, sobretudo de casas ou lojas no rés-do-chão. Da informação recolhida em 16 municípios, Oeiras foi o mais afectado, com 35 ocorrências, seguido de Vila Franca de Xira, com 30, Amadora e Loures, ambos com 26, Sintra com 20 e Odivelas com 14.

O comando distrital recomenda, por isso, que a população se mantenha atenta às previsões do IPMA e que “visto que são as primeiras chuvas tenham especial precaução na condução”. Quanto às casas, recorda a importância de se verificar se as janelas estão bem fechadas e recomenda que “se retirem os vasos ou outros objectos que possam cair para a via pública”.

Já antes os Sapadores de Lisboa tinham avançado à Lusa que mais de 100 bombeiros, apoiados por 30 viaturas, estavam a tentar minimizar os efeitos de várias inundações – algumas das quais também em coberturas e algerozes. As ocorrências mais significativas verificaram-se na Rua Vieira da Silva, em Alcântara, uma zona ribeirinha habitualmente fustigada, onde um lençol de água, “com alguma dimensão”, dificultou a circulação, bem como na zona dos Olivais, com o registo de inundações nas caves de um edifício.

No distrito de Santarém, as estradas nacionais 119 e 114, na zona de Coruche, estão parcialmente cortadas desde a manhã desta quinta-feira. A primeira, que liga as localidades de Courelas da Amoreirinha e Biscainho, está parcialmente cortada devido a um lençol de água com cerca de 300 metros de comprimento, segundo os bombeiros locais. Já a EN114, que faz a ligação de Coruche a Santarém e a Almeirim, está coberta por um banco de areia, na zona da Caneira. A circulação faz-se de forma muito condicionada.

No centro do país, a Baixa da cidade da Figueira da Foz (Coimbra) ficou também inundada. A água entrou na cave do Centro Comercial Figueira Shopping, inundando a garagem. Há ruas fechadas ao trânsito automóvel, porque com a forte precipitação as redes pluviais não tiveram capacidade de escoamento, segundo relataram à Lusa os bombeiros locais.

Em Viana do Castelo, várias freguesias do concelho de Arcos de Valdevez foram afectadas pelo mau tempo, com mais de uma dezena de ocorrências, como quedas de muros e deslizamentos de terras. Segundo o presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, João Esteves, os prejuízos são visíveis sobretudo em equipamentos públicos, como estradas. “Equipas municipais encontram-se a trabalhar no terreno para conseguirem desimpedir, o mais breve possível, as vias condicionadas”, afirmou à Lusa.

Chuva forte até à madrugada de sexta-feira
Quanto a dados nacionais, nesta manhã a ANPC ainda não tinha a recolha centralizada, mas o último balanço feito durante a madrugada apontava para pelo menos 360 ocorrências em todo o país. Na quarta-feira a ANPC tinha, de resto, emitido um alerta amarelo para todo o continente que estará em vigor até às 20h desta quinta-feira.

O IPMA prevê chuva intensa para esta quinta-feira, sobretudo nas regiões norte e centro, vento moderado a forte no litoral a norte do cabo de Sines, com rajadas que podem atingir 70 km/h, e “fenómenos convectivos mais intensos, dando origem a trovoadas e fenómenos extremos de vento localizados”.

Perante este cenário, foi accionado o aviso laranja, o segundo mais grave numa escala de quatro. Em Viseu, Guarda, Santarém, Lisboa, Leiria, Castelo Branco, Aveiro e Coimbra o aviso está activo até às 18h. Em Castelo Branco, dura até às 21h.

Em Bragança, o aviso laranja vigora entre o meio-dia e as 15h, em Évora e Portalegre está activo entre as 15h e a meia-noite. No Porto, Braga, Vila Real e Viana do Castelo, será entre o meio-dia e as 18h. Faro e Beja estão sob aviso laranja entre as 18h e a meia-noite.

A meteorologista do IPMA Maria João Frada, em declarações à Lusa, explicou que a precipitação forte, acompanhada por trovoadas, deverá persistir até à madrugada de sexta-feira.

“O território do continente está sob a acção de uma massa de ar quente (...) associada a uma depressão numa vasta região depressionária sobre o Atlântico e que está quase estacionária. Essa massa de ar vai atravessar o continente durante o dia de hoje nas regiões do Norte e centro e na região sul permanecerá a partir do final do dia e até à madrugada de sexta-feira”, acrescentou.

Além do alerta da Protecção Civil, 11 distritos vão estar sob aviso laranja, o segundo mais grave de uma escala de quatro, entre as 6h e as 18h de quinta-feira, devido a chuva forte, informou o IPMA. O segundo aviso mais grave numa escala de quatro vigora nos distritos de Aveiro, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Portalegre, Lisboa, Setúbal e Évora, diz a Lusa.