CGD ganha 191 milhões com venda de 6,11% da PT

Acções terão sido vendidas a 3,48 euros, abaixo do valor de fecho dos títulos da operadora na última sessão da bolsa.

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Negociação de acções da PT foi suspensa nesta quinta-feira PÚBLICO/Arquivo

No comunicado, a CGD diz "que concluiu a colocação de 54.771.741 ações da Portugal Telecom, representativas de 6,11% do capital social da PT, através de um processo de accelerated bookbuilding dirigido em exclusivo a investidores qualificados". A receita obtida será de 190.605.658,68 milhões de euros,e a liquidação da oferta ocorre em 29 de Outubro.

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No comunicado, a CGD diz "que concluiu a colocação de 54.771.741 ações da Portugal Telecom, representativas de 6,11% do capital social da PT, através de um processo de accelerated bookbuilding dirigido em exclusivo a investidores qualificados". A receita obtida será de 190.605.658,68 milhões de euros,e a liquidação da oferta ocorre em 29 de Outubro.

Com esta alienação, o banco público fica ainda com 0,20% da operadora de telecomunicações, tendo em conta que detinha 6,31% do capital.

O preço de 3,48 euros por acção fica dentro do intervalo que tinha sido definido para a venda: entre 3,45 e 3,583 euros, com um encaixe entre 189 e 196,2 milhões de euros. Este máximo correspondia ao valor de fecho das acções da PT na sessão bolsista de quarta-feira. O preço pago na operação concretizada pela CGD significa, por isso, um desconto de quase 2,9%.

A venda de 6,11% foi anunciada nesta quinta-feira pela CGD, num comunicado emitido pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O banco público enquadrou a decisão “no contexto da estratégia de desinvestimento em activos não estratégicos”. A alienação de participações em empresas não-financeiras, imposta pela troika, já rendeu à instituição financeira cerca de 850 milhões de euros no último ano e meio.

Esta venda, que contou com o apoio do CaixaBI e do Crédit Suisse, marca o afastamento definitivo dos capitais públicos da estrutura accionista da PT, depois de o Estado ter eliminado a golden share (acção que lhe concedia direitos especiais e que permitiu, por exemplo, travar inicialmente a compra da Vivo pela Telefónica) em 2011.

A operação acontece num momento em que a PT está avançar com a fusão com a brasileira Oi, anunciada no início de Outubro. De acordo com o Jornal de Negócios, o anúncio desta quinta-feira foi recebido com surpresa por parte da operadora de telecomunicações, pelo facto de representar a saída de um accionista de referência num momento crucial na vida da empresa.

A CGD é o quarto maior accionista da PT. O maior é o Grupo Espírito Santo, com uma participação de 10,12%, seguindo-se a Ongoing, com 10,05%, e a Telemar (accionista da Oi), com 10%.

Em reacção ao anúncio, o presidente da PT, Henrique Granadeiro, lamentou a decisão. “Há pessoas e instituições que estão a desistir de Portugal e de manter uma posição portuguesa forte no mundo”, disse ao PÚBLICO.