Centro de produção do Porto não tem capacidade para a RTP Internacional
Presidente da RTP contradiz ministro, que afirmara que a instalação do canal no Porto estava já definida com a empresa. Solução para os centros dos Açores e Madeira pode passar por parceria 51/49 com os governos regionais.
Alberto da Ponte, que está a ser ouvido na Comissão Parlamentar de Ética a pedido do PS, disse nesta quarta-feira que com a produção para a RTP2 instalada totalmente no Porto, não há espaço ou capacidade para mais nada. O presidente da RTP garantiu mesmo já ter dito ao ministro que “não haverá qualquer espaço para pôr lá a RTP Internacional” e “não [há] intenção de colocar lá [no Porto] a RTP Internacional”.
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Alberto da Ponte, que está a ser ouvido na Comissão Parlamentar de Ética a pedido do PS, disse nesta quarta-feira que com a produção para a RTP2 instalada totalmente no Porto, não há espaço ou capacidade para mais nada. O presidente da RTP garantiu mesmo já ter dito ao ministro que “não haverá qualquer espaço para pôr lá a RTP Internacional” e “não [há] intenção de colocar lá [no Porto] a RTP Internacional”.
O presidente da RTP deixou aos deputados alguns números sobre a ocupação do Centro de Produção do Porto. Em Junho de 2012, ainda com o programa matinal Praça da Alegria, o centro tinha uma produção de mensal de 902 horas e em Junho de 2013 foram 1089 horas. Em Janeiro de 2014 serão 2038 horas por mês. Alberto da Ponte desfiou depois a longa lista de horas de produção pelas diferentes áreas temáticas que, afirmou, “esgota a capacidade de produção dos estúdios do Porto”.
Sobre o facto de estar a contradizer o que o ministro anunciou aos mesmos deputados como dado adquirido e definido com a administração da empresa pública Alberto da Ponte diz julgar que Miguel Poiares Maduro “se queria referir a alguns programas”. A administração, acrescentou, avisou a tutela “que não havia espaço para a RTP Internacional no Porto porque o centro de produção é para a RTP2”.
Sobre os canais internacionais Alberto da Ponte adiantou que a RTP Internacional vai estar, a partir de Janeiro, segmentada por fusos, havendo um para a Europa e Ásia, outro para África e ainda um terceiro para Oeste (América), e a informação transmitida nestas antenas “será muito mais cuidada”. Os “grandes contribuidores para o canal Internacional são os centros regionais dos Açores e da Madeira”.
Boa parte do aumento da contribuição para o audiovisual previsto no Orçamento do Estado para 2014, de cerca de 26 milhões de euros, será canalizada para “reforçar o investimento na RTP Internacional e na RTP África.” E também para “cumprir uma missão clara integrada num dos desígnios estratégicos do plano de desenvolvimento e redimensionamento: expandir através do globo a língua, a economia, a cultura e as regiões portuguesas”.
Açores e Madeira em estudo com governos regionais
Alberto da Ponte disse estar neste momento a negociar com o ministro a proposta que entregou e já discutiu com os governos regionais. Trata-se de um cenário orientado para uma solução de uma sociedade que seria comparticipada a 51% pela RTP e a 49% “para os governos regionais ou para outros que se entendessem candidatar”.
“Só há três cenários para os Açores e Madeira: face aos constrangimentos orçamentais e ao défice entre receitas e custos: ou vamos para uma solução deste tipo ou para uma solução de redução de custos ou então para uma solução tipo janela ou outra ainda que o ministro conceba, em negociação com os governos regionais”, descreveu o presidente da RTP.