Volta à França de 2014 arranca em Inglaterra e terá empedrado
Tour do próximo ano conta apenas um contra-relógio. Rui Costa espera ficar entre os 10 primeiros.
Apresentado nesta quarta-feira, em Paris, pelo director da corrida, Christian Prudhomme, o percurso da 101.ª edição vai contemplar os Vosges (Nordeste), depois os Alpes (Sudeste) e por fim os Pirenéus (Sudoeste), antes de conduzir o pelotão aos Campos Elísios, em Paris, a 27 de Julho.
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Apresentado nesta quarta-feira, em Paris, pelo director da corrida, Christian Prudhomme, o percurso da 101.ª edição vai contemplar os Vosges (Nordeste), depois os Alpes (Sudeste) e por fim os Pirenéus (Sudoeste), antes de conduzir o pelotão aos Campos Elísios, em Paris, a 27 de Julho.
Em contraste com os cinco finais de montanha propostos, número acima da média e que não se via desde 2002, o programa inclui somente um contra-relógio, uma opção rara que não era tomada desde os anos 50 do século passado.
O itinerário, revelado sob o olhar do vencedor deste ano, o britânico Chris Froome, numa plateia em que também estava o português Rui Costa, campeão do mundo, vai sair de Leeds, no Yorkshire, sete anos após a histórica partida de Londres, que voltará a figurar no mapa do Tour para acolher o final da terceira etapa.
Após a entrada em solo francês, os ciclistas vão encontrar nove sectores de empedrado habitualmente utilizados na “rainha das clássicas”, o Paris-Roubaix, num total de 15,4 quilómetros, que figuram no programa antes da passagem nas regiões de Champagne e Lorraine e antecedem a média montanha dos Vosges.
Será nesta cordilheira, mais especificamente em La Planche des Belles Filles, palco de um triunfo de Froome em 2012, que estará instalada a primeira chegada em alto, na 10.ª etapa. As restantes quatro repartem-se pelos Alpes (Chamrousse e Risoul) e pelos Pirenéus (Pla d’Adet e Hautacam).
Enquanto os Alpes escondem desta vez os seus grandes topos, à excepção do Izoard, que se sobe antes do inédito final de Risoul, os Pirenéus, colocados no último terço da corrida, propõem uma sucessão de grandes dificuldades em Port de Balès, Portillon, Peyresourde, Azet e Tourmalet.
Os três dias no maciço pirenaico antecedem um único contra-relógio, de 54 quilómetros, entre Bergerac e Périgueux, na véspera da etapa de consagração. Desde 1953, a Volta à França teve sempre um mínimo de dois “cronos”, prólogos incluídos.
Com um total de 3656 quilómetros, repartidos por 21 etapas que serão interrompidas por dois dias de descanso, a 15 e 21 de Julho, este Tour será pouco favorável aos roladores e vai privilegiar os trepadores.
Rui Costa quer lutar por um lugar nos 10 primeiros
O português Rui Costa antevê uma prova dura e stressante desde o início e espera lutar por um lugar no “top-10”.
“O Tour é sempre uma prova dura, rápida, muito nervosa e creio que, já a começar pelas etapas em Inglaterra, será algo difícil devido ao vento. E logo no quinto dia, uma etapa com sectores em ‘pavé’ (empedrado), creio que a primeira parte já será muito dura e muito stressante”, disse o campeão do mundo aos jornalistas após a apresentação oficial das 21 etapas da prova.
A 101.ª edição será encarada por Rui Costa de forma diferente das anteriores, uma vez que o corredor da Póvoa de Varzim deverá ser o líder da equipa italiana Lampre, depois de ter trabalhado para Alejandro Valverde e Nairo Quintana na espanhola Movistar.
“Temos de pensar que vai ser um Tour complicado, duro e vou trabalhar para estar nas melhores condições no próximo. As provas a que me tenho adequado melhor são provas de uma semana, de um dia, o Tour é algo novo, algo para descobrir [enquanto chefe de fila]. Espero no próximo ano estar numa boa condição e, quem sabe, lutar pelo top-10”, afirmou Rui Costa.
O ciclista português reconhece que “todos os anos” tem “subido um degrau de cada vez” e espera para o próximo ano “não estancar e poder subir novamente um degrauzinho”. No entanto, sublinha que “não vai ser fácil”.
“Quando menos se espera, uma etapa fácil acaba por ser complicada”, sublinhou o português, acrescentando que vai dispensar agora algum tempo a analisar todos os percursos.
Rui Costa deixou uma marca na 100.ª edição da Volta à França, em 2013, ao vencer duas etapas. Com um total de três tiradas ganhas na Grande Boucle, igualou o registo de Acácio da Silva e ficou a apenas um triunfo de Joaquim Agostinho, vencedor de duas tiradas em 1969, uma em 1973 e outra em 1979.
Etapas da 101.ª edição da Volta à França
5 Julho: 1.ª etapa, Leeds (Inglaterra) - Harrogate (Inglaterra), 191 km.
6 Julho: 2.ª etapa, York (Inglaterra) - Sheffield (Inglaterra), 198 km.
7 Julho: 3.ª etapa, Cambridge (Inglaterra) - Londres, 159 km.
8 Julho: 4.ª etapa, Le Touquet-Paris-Plage - Lille, 164 km.
9 Julho: 5.ª etapa, Ypres (Bélgica) - Arenberg Porte du Hainaut, 156 km.
10 Julho: 6.ª etapa, Arras - Reims, 194 km.
11 Julho: 7.ª etapa, Epernay - Nancy, 233 km.
12 Julho: 8.ª etapa, Tomblaine - Gérardmer La Mauselaine, 161 km.
13 Julho: 9.ª etapa, Gérardmer - Mulhouse, 166 km.
14 Julho: 10.ª etapa, Mulhouse - La Planche des Belles Filles, 161 km.
15 Julho: Dia de descanso.
16 Julho: 11.ª etapa, Besançon - Oyonnax, 186 km.
17 Julho: 12.ª etapa, Bourg-en-Bresse - Saint-Etienne, 183 km.
18 Julho: 13.ª etapa, Saint-Etienne - Chamrousse, 200 km.
19 Julho: 14.ª etapa, Grenoble - Risoul, 177 km.
20 Julho: 15.ª etapa, Tallard - Nîmes, 222 km.
21 Julho: Dia de descanso.
22 Julho: 16.ª etapa, Carcassonne - Bagnères-de-Luchon, 237 km.
23 Julho: 17.ª etapa, Saint-Gaudens - Saint-Lary-Soulan Pla d’Adet, 125 km.
24 Julho: 18.ª etapa, Pau - Hautacam, 145 km.
25 Julho: 19.ª etapa, Maubourguet Pays du Val d’Adour - Bergerac, 208 km.
26 Julho: 20.ª etapa, Bergerac - Périgueux, 54 km (CRI).
27 Julho: 21.ª etapa, Evry - Paris, 136 km.