Marques Mendes: Orçamento do Estado “é tipo merceeiro”

Antigo líder do PSD diz que a não apresentação do guião da reforma do Estado “já cheira mal”.

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O comentador faz parte do Conselho de Estado Pedro Cunha/arquivo

No seu habitual comentário na SIC, Marques Mendes começou por culpar Paulo Portas e Vítor Gaspar por este orçamento ser tão duro. Portas, porque a sua ameaça de demissão em Julho fez “dispara os juros” e aumentar a desconfiança dos mercados em Portugal. Já o antigo ministro das Finanças tem culpa por errado por, como o próprio admitiu, não ter começado pelos cortes nas despesas do Estado em vez de aumentar impostos. “O problema é que ele errou, saiu e quem paga a factura somos nós.”

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No seu habitual comentário na SIC, Marques Mendes começou por culpar Paulo Portas e Vítor Gaspar por este orçamento ser tão duro. Portas, porque a sua ameaça de demissão em Julho fez “dispara os juros” e aumentar a desconfiança dos mercados em Portugal. Já o antigo ministro das Finanças tem culpa por errado por, como o próprio admitiu, não ter começado pelos cortes nas despesas do Estado em vez de aumentar impostos. “O problema é que ele errou, saiu e quem paga a factura somos nós.”

 Para o conselheiro de Estado de Cavaco Silva, se Gaspar não tivesse errado “não tinha havido um aumento de impostos tão grande e uma recessão tão elevada; não haveria tanto desemprego e os sacrifícios não seriam tão fortes

Segundo Mendes, este é um OE “que tem coisas na direcção certa, porque o objectivo tem de ser cortar na despesa para baixar impostos”, mas é igualmente um orçamento “num tempo completamento errado e, por isso, injusto”.

“Este OE é um conjunto de cortes, não há uma linha de orientação. É cortar até chegar a 4%. Cortar ou taxar. É tipo merceeiro. O deve e haver do merceeiro. Corta e cose”, acrescentou

O antigo Presidente do PSD fez também uma revelação: “Esteve na mesa do Conselho de Ministros a hipótese de criar uma nova taxa sobre as dormidas nos hotéis.”  Uma taxa que considerou “uma tonteria”. “É de doidos, ainda bem que o ministro [da Economia ]Pires de Lima impediu”, afirmou.

Mendes salientou ainda que não há nada “sobre a reforma do Estado”. Por isso,  “já cheira mal a questão do chamado guião da reforma do Estado, falado desde Fevereiro deste ano”. “Paulo Portas deve rapidamente apresentá-lo antes de o OE ser apresentado no Parlamento para mostrar que cumpre. E Passos Coelho deve exigi-lo, senão fica a ideia de que é um primeiro-ministro que não manda, ou manda e não é obedecido, o que vai dar ao mesmo”, concluiu.