Obama diz que "não há vencedores" após fim do impasse orçamental

Os 16 dias de impasse “inflingiram danos completamente desnecessários na nossa economia”, afirmou o Presidente.

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A crise, que acabou num acordo de última hora (precisamente quando faltava hora e meia para o prazo após o Tesouro não poderia poder pedir dinheiro para satisfazer compromissos), piorou o sentimento de muitos americanos que “estão completamente fartos de Washington [o establishment político dos EUA]”, disse ainda Obama, num discurso na Casa Branca. “Provavelmente nada provocou mais danos à credibilidade americana no mundo do que o espectáculo que temos visto nas duas últimas semanas”, disse ainda.

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A crise, que acabou num acordo de última hora (precisamente quando faltava hora e meia para o prazo após o Tesouro não poderia poder pedir dinheiro para satisfazer compromissos), piorou o sentimento de muitos americanos que “estão completamente fartos de Washington [o establishment político dos EUA]”, disse ainda Obama, num discurso na Casa Branca. “Provavelmente nada provocou mais danos à credibilidade americana no mundo do que o espectáculo que temos visto nas duas últimas semanas”, disse ainda.

“Não há vencedores”, sublinhou ainda o Presidente.

O único ponto positivo, para Obama, foi que com a paralisação de muitas entidades públicas, “o povo americano ficou com uma ideia de todos os modos, grandes e pequenos, que fazem diferença nas vidas das pessoas”.

Regresso ao trabalho
Obama tinha assinado, já depois da meia-noite local, madrugada desta quinta-feira em Portugal, a lei que permite aumentar temporariamente o limite da dívida dos Estados Unidos e reactivar o Governo federal.

O acto formal ocorreu pouco depois de a Câmara dos Representantes ter aprovado, por 285 votos a favor e 144 contra, uma decisão que ultrapassa o shutdown — encerramento parcial dos serviços governamentais — e evita a suspensão de pagamentos por parte dos Estados Unidos. Está, assim, afastado o cenário de uma provável crise da economia mundial.

Minutos depois de assinada a lei, a Casa Branca deu instruções a centenas de milhares de funcionários que estiveram em casa nos últimos 16 dias, devido à crise orçamental que impedia que fossem pagos, para regressarem ao trabalho.

No Senado, controlado pelos democratas, ao contrário do que acontece com a Câmara dos Representantes, o acordo foi aprovado por 81 votos contra 17. Depois de os senadores terem ratificado o entendimento, Obama manifestou disponibilidade para trabalhar com ambos os partidos com vista à obtenção de um acordo de longo prazo. E disse desejar deixar de governar “de crise em crise”.

Trégua provisória
Chega assim ao fim a mais grave crise política do segundo mandato do Presidente, com uma derrota das posições republicanas na Câmara dos Representantes. Mas o entendimento de quinta-feira é também uma trégua apenas provisória. No início de 2014, o assunto estará novamente em discussão.

A lei aprovada contempla as verbas necessárias para o funcionamento até 15 de Janeiro dos serviços das agências e departamentos federais — suspenso no início de Outubro por não ter sido aprovado um orçamento — e autoriza o Governo a financiar-se nos mercados até bater num novo tecto para a dívida pública, o que, segundo as projecções, deverá acontecer a 7 de Fevereiro.

Os legisladores das duas câmaras do Congresso comprometeram-se a constituir um “super-comité”, que terá até 13 de Dezembro para desenhar um acordo orçamental duradouro.

O shutdown custou à economia dos EUA 1,5 mil milhões de dólares por dia (1,10 mil milhões de euros), o que corresponde a 24 mil milhões, segundo a agência de rating Standard & Poor’s.