Nova taxa sobre sector energético vai custar à Galp, EDP e REN 110 milhões de euros
Galp admite recorrer “às instâncias competentes” para garantir protecção do valor dos activos.
As três empresas cotadas na bolsa de Lisboa que estão abrangidas pela medida vieram nesta quarta-feira esclarecer o impacto que esta terá nas suas contas.
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As três empresas cotadas na bolsa de Lisboa que estão abrangidas pela medida vieram nesta quarta-feira esclarecer o impacto que esta terá nas suas contas.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Galp Energia revelou que o impacto da taxa de 0,85% aplicável sobre o activo fixo tangível e intangível da empresa “poderá ascender a cerca de 35 milhões de euros”, segundo uma “estimativa preliminar”.
A petrolífera liderada por Ferreira de Oliveira afirmou que “analisará em detalhe” a medida e “acompanhará a sua discussão pública, com vista a assegurar a adequada protecção do valor dos seus activos e a competitividade destes nos mercados onde actua, incluindo o recurso às instâncias competentes para o efeito”.
Também a REN “irá analisar o tema em detalhe nas suas diversas vertentes no sentido de assegurar a protecção dos direitos da empresa e dos seus accionistas e stakeholders”. No comunicado enviado à CMVM, a empresa que gere as redes energéticas portuguesas revela que a “estimativa preliminar do potencial impacto [da medida] na REN, líquido de impostos, aponta para cerca de 30 milhões de euros”.
No caso da EDP, o impacto líquido de impostos “desta contribuição extraordinária será de cerca de 45 milhões de euros”, refere a eléctrica.
O ministro da Economia afirmou nesta quarta-feira que é natural e compreensível que as empresas admitam "recorrer às instâncias competentes" para travar a CESE, mas defendeu que os sacrifícios devem ser repartidos por todos. Os portugueses "não compreenderiam" se assim não fosse, disse o ministro, citado pela Lusa.
"Espero que a repartição e a equidade de esforços sejam percebidas por toda a sociedade. Não só pelas pessoas individuais, pelas famílias, por aqueles que trabalham no sector público – como nós –, mas também pelas instituições e sectores a quem está a ser pedido, transitoriamente, um esforço suplementar, e que nós sabemos bem que podem dar", salientou Pires de Lima, no final de uma visita à Siemens, em Alfragide.
Seria “incompreensível” que, perante os sacrifícios pedidos às famílias e ao sector público, o Governo não pedisse um contributo “que em alguns casos é relevante e importante, a sectores da economia regulados e que são sectores que criam especial riqueza”, disse o ministro à Lusa.
A proposta orçamental para 2014 prevê que a CESE, que será aplicada sobre as empresas de produção, transporte, armazenagem e distribuição de energia, arrecade 153 milhões de euros, dos quais 50 milhões servirão para reduzir o défice tarifário. A maior fatia do encaixe virá do sector eléctrico (91 milhões de euros), seguindo-se o petróleo (39 milhões de euros) e o gás (23 milhões de euros).
Segundo a informação do Ministério do Ambiente, Ordenamento e Energia, a taxa é temporária, pois a sua aplicação termina em Outubro de 2014.
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