Nos últimos dez anos, foram certificados mais de 2200 arquitectos portugueses para trabalhar no estrangeiro
Números são "indicadores de um fenómeno” de emigração no sector, diz fonte da Ordem dos Arquitectos
Contactada pela agência Lusa, fonte do gabinete de comunicação da OA ressalvou que “os dados não correspondem ao número de arquitectos que, de facto, trabalham no estrangeiro, e cujo número global a Ordem não tem forma de contabilizar”.
Segundo Margarida Portugal, do gabinete de comunicação da OA, “os números dos certificados são apenas indicadores de um fenómeno” de emigração no sector, que esta entidade sabe ser “mais lato do que esses números permitem perceber”.
“Há um número indeterminado de arquitectos portugueses que se ausenta do país e não pede à OA o certificado”, acrescentou Margarida Portugal. “Esse certificado é essencial para quem pretende assinar projectos. Há portanto arquitectos que estão a trabalhar fora de Portugal mas não assinam projectos. Não há forma de saber quantos são.”
Em Julho deste ano, no seu 13.º congresso, a OA debateu os problemas que os profissionais do sector têm enfrentado no país, onde o mercado de trabalho está em queda. Esta terça-feira foi também lançada a campanha Trabalhar com Arquitectos, uma iniciativa que visa sensibilizar a opinião pública para a profissão e a sua importância nas cidades.
No quadro publicado na página da Internet sobre os certificados passados, está contabilizado o número de arquitectos que pediu certificados à Ordem entre 2003 e Setembro de 2013 e, para cada ano, os três principais países de destino. Em 2003, a OA passou 65 certificados a arquitectos que pretendiam trabalhar fora de Portugal, número que passou para 415 em 2013 (passados até Setembro).
Apesar da enorme variação, o universo destes profissionais também aumentou muito nos últimos anos da última década, e actualmente situa-se nos 16.804 arquitectos a nível nacional, ainda segundo os últimos dados da OA.
Entre 2006 e 2008, verificou-se um grande aumento de pedidos de certificados - para 240 -, baixou depois para 160 e 173, em 2009 e 2010, mas viria novamente a subir em 2011, para 297, e em 2012, para 460 pedidos.
Quanto aos países de destino preferidos, entre 2003 e 2006, a Espanha aparecia em primeiro lugar, seguida do Reino Unido, de Angola e Cabo Verde; em 2007 e 2008, foi o Reino Unido a liderar, e, em 2009, Angola.
Em 2010, o Reino Unido voltou ao primeiro lugar, foi ultrapassado em 2011 pelo Brasil, mas voltou a dominar em 2012 e em 2013, seguido pelo Brasil, Espanha e Angola, que, nestes dois anos, alternaram posições entre si.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Contactada pela agência Lusa, fonte do gabinete de comunicação da OA ressalvou que “os dados não correspondem ao número de arquitectos que, de facto, trabalham no estrangeiro, e cujo número global a Ordem não tem forma de contabilizar”.
Segundo Margarida Portugal, do gabinete de comunicação da OA, “os números dos certificados são apenas indicadores de um fenómeno” de emigração no sector, que esta entidade sabe ser “mais lato do que esses números permitem perceber”.
“Há um número indeterminado de arquitectos portugueses que se ausenta do país e não pede à OA o certificado”, acrescentou Margarida Portugal. “Esse certificado é essencial para quem pretende assinar projectos. Há portanto arquitectos que estão a trabalhar fora de Portugal mas não assinam projectos. Não há forma de saber quantos são.”
Em Julho deste ano, no seu 13.º congresso, a OA debateu os problemas que os profissionais do sector têm enfrentado no país, onde o mercado de trabalho está em queda. Esta terça-feira foi também lançada a campanha Trabalhar com Arquitectos, uma iniciativa que visa sensibilizar a opinião pública para a profissão e a sua importância nas cidades.
No quadro publicado na página da Internet sobre os certificados passados, está contabilizado o número de arquitectos que pediu certificados à Ordem entre 2003 e Setembro de 2013 e, para cada ano, os três principais países de destino. Em 2003, a OA passou 65 certificados a arquitectos que pretendiam trabalhar fora de Portugal, número que passou para 415 em 2013 (passados até Setembro).
Apesar da enorme variação, o universo destes profissionais também aumentou muito nos últimos anos da última década, e actualmente situa-se nos 16.804 arquitectos a nível nacional, ainda segundo os últimos dados da OA.
Entre 2006 e 2008, verificou-se um grande aumento de pedidos de certificados - para 240 -, baixou depois para 160 e 173, em 2009 e 2010, mas viria novamente a subir em 2011, para 297, e em 2012, para 460 pedidos.
Quanto aos países de destino preferidos, entre 2003 e 2006, a Espanha aparecia em primeiro lugar, seguida do Reino Unido, de Angola e Cabo Verde; em 2007 e 2008, foi o Reino Unido a liderar, e, em 2009, Angola.
Em 2010, o Reino Unido voltou ao primeiro lugar, foi ultrapassado em 2011 pelo Brasil, mas voltou a dominar em 2012 e em 2013, seguido pelo Brasil, Espanha e Angola, que, nestes dois anos, alternaram posições entre si.