Miguel Macedo propõe à CGTP alternativa à ponte

Foto
Arménio Carlos Rui Gaudêncio

Ambas as partes tentaram manter o encontro em segredo, tendo o governante apresentado ao líder da CGTP, Arménio Carlos, uma alternativa ao percurso escolhido pelos sindicalistas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Ambas as partes tentaram manter o encontro em segredo, tendo o governante apresentado ao líder da CGTP, Arménio Carlos, uma alternativa ao percurso escolhido pelos sindicalistas.

Ao fim de uma hora de reunião o Ministério da Administração Interna anunciava que emitiria um comunicado ainda durante a noite.

Mas o facto de a Intersindical não ter aceitado imediatamente a proposta fez a tutela recuar. Acabou por não ser feito qualquer comunicado, tendo Miguel Macedo manifestado disponibilidade para voltar a receber os sindicalistas na segunda-feira, dando-lhes assim tempo de analisarem a alternativa.

Antes disso, de manhã, Arménio Carlos esteve com o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, que se mostrou “disponível” para procurar soluções para o problema juntamente com o ministro da Administração Interna. Também a presidente da Câmara de Almada, Maria Emília Sousa (CDU), mostrou disponibilidade para se sentar à mesa com Miguel Macedo e discutir o assunto.

A CGTP não teve ainda acesso ao parecer negativo da PSP sobre a realização da manifestação na ponte, mas o jornal Sol, na edição desta sexta-feira, aponta os sete riscos identificados pela polícia: quedas ou acidentes individuais e colectivos, pânico caso haja algum incidente no meio do tabuleiro (como lançamento de petardos) gerado por elementos não controlados pela organização, electrocução nas catenárias do tabuleiro ferroviário inferior, dificuldade nas operações de socorro, número não identificado de participantes, ausência de seguros e o impacto para terceiros devido ao alargado período em que é preciso cortar a circulação.

“É claro que há pontos críticos, mas nós já propusemos alternativas”, dizia Arménio Carlos antes do encontro que manteve com o ministro. Por exemplo, deixar livre uma via lateral em cada sentido para que as viaturas de socorro possam circular sem preocupações. Para evitar que os manifestantes tenham acesso ao tabuleiro ferroviário basta colocar polícias em cada um dos acessos, adianta.

Sobre o número indeterminado de participantes, o líder sindical considera tratar-se de uma falsa questão: “Todos sabem que muitas centenas ou milhares de pessoas se juntam na zona da partida [Largo da Portagem] na Meia Maratona sem estarem inscritas e desfilam tranquilamente. Temos camaradas nossos que já fizeram isso.” Em relação à falta de seguro da manifestação, responde que “as questões relacionadas com os direitos, liberdades e garantias não são susceptíveis de gerar negócio para as seguradoras”.

“Nunca levantaram problemas de seguros para outras manifestações em pontes, por que levantam agora?”, interroga. Quanto à possibilidade de alguém cair, admite que o risco existe mas é “generalizado”, uma vez que qualquer pessoa pode parar o carro e saltar.