É quase isso: bosões, pandas e aviões de brincar
Os físicos que procuraram esta partícula acreditaram na sua existência, mesmo sem provas. É como o Governo e a troika com a nossa recuperação económica: um dia, ela aparece
Vivemos num mundo repleto de boa ciência. O Nobel da Física de 2013 vai premiar as descobertas acerca do Bosão de Higgs. Uma partícula sub-atómica que se parece com tudo. Menos com o Danny Trejo. (O Danny Trejo sofre do “síndrome Chuck Norris”: o Universo não suportaria um gajo igual.)
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Vivemos num mundo repleto de boa ciência. O Nobel da Física de 2013 vai premiar as descobertas acerca do Bosão de Higgs. Uma partícula sub-atómica que se parece com tudo. Menos com o Danny Trejo. (O Danny Trejo sofre do “síndrome Chuck Norris”: o Universo não suportaria um gajo igual.)
O Bosão de Higgs parece ser o centro de uma complexa teia de relações entre outras partículas, às quais confere massa. Por outras palavras, é uma espécie de BPN das partículas: vive no centro de uma complexa teia de relações e confere massa. Muita massa.
Bué.
Mas o BPN vai além da Física de partículas que estuda o Bosão de Higgs: entra no campo da Astrofísica, uma vez que é um rechonchudo buraco negro que absorve muita massa.
Mais do que bué.
O Bosão de Higgs também pode ser considerado o Marques Mendes das partículas: tão pequeno e tão influente; tão “supostamente simples” e tão chato.
Por ter sido, para alguns, um mito, e hoje ser uma evidência, pode dizer-se que é o panda gigante das partículas. Mais bosão, menos fofo. Um panda enternece qualquer mulher. Catorze pandas bebés enternecem uma civilização.
Ou o Danny Trejo.
Os físicos que procuraram esta partícula, durante tantos anos, acreditaram na sua existência, mesmo sem provas. É como o Governo e a troika com a nossa recuperação económica: um dia, ela aparece. Sabe-se lá como, mas aparece.
Se existirem outros bosões, e não forem descobertos por Higgs, poderemos vir a ter o Bosão de Nicholson, o Bosão de Neville ou o Bosão de Lopes (será um bosão com bigode). Vamos ter tantos bosões, de tantas linhagens e nomes, que poderemos fazer uma “Guerra dos Tronos”, só de bosões. Ou um PSD de bosões.
Ilusionismo
Mas não só de ciência vivemos. O Mundo está cheio de ilusionismo. Houdini sabia como fazer desaparecer um elefante num teatro. Pedro Passos Coelho, de cada vez que escolhe um ministro, parece colocar mais um elefante em cima do palco.
Rui Machete, se fosse um super-herói da BD, teria o dom da intagibilidade: nada lhe toca. Uma espécie de Flash, mas devagarinho, o que é menos “cool”, mas mais difícil. O melhor poder que o arqui-rival de Rui Machete poderia ter seria a visão raio-x, com a qual poderia detectar-lhe nódoas. Nódoas que, como sabemos, não existem. Ou, então, conseguir que o mundo ficasse sem som, de cada vez que o senhor ministro falasse. Tirando na melhor parte: quando ele diz “vosselência”.
Imaginação
Mas o mundo não tem apenas ciência e ilusionismo: está repleto de imaginação. Uns tipos lembraram-se de criar os “Bitcoins”, uma moeda virtual, emitida automaticamente, através da Internet. Paulo Portas já avisou que, caso tenhamos que sair do Euro, esta pode ser uma solução. É isso ou umas moedas de ouro que ele conserva, dos tempos em que jogava Farmville.
O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, também tem imaginação: quer atacar a marinha norte-americana. Para isso, conta com patriotismo, uma vez que disponibilizou alguns aviões de brincar que o seu pai lhe oferecera, e com um avultado investimento: só em pilhas, vai ser uma pequena fortuna.
"Spam"
Vivemos num mundo repleto de “spam”. E Portugal parece ser demasiado vulnerável a ataques de “spam”. É fácil prová-lo: liguem a TV; ouçam os dirigentes desportivos; leiam estas crónicas. O “spam” está em todo o lado. O cesto para o guardar já ultrapassa, em perímetro, a barriga do João Gobern e do Fernando Mendes. Juntos.
Modernices
Vivemos num mundo repleto de modernices. Uma aplicação para telemóveis pode ajudar a localizar baleias. Continuando o tema, a Câmara Municipal do Porto quer monitorizar, em tempo real, a vida nocturna da cidade. Juntem lá as duas tecnologias e permitam-nos localizar os espaços com mais gente gira e menos melgas. Localizar baleias não é tão importante: dá para vê-las ao longe.