Em causa está a transferência de equipamento militar, incluindo tanques, helicópteros e jactos, para o Exército egípcio: segundo a Associated Press, o Pentágono vai anunciar nos próximos dias a “suspensão” de algumas das entregas de material previstas pelo acordo de assistência militar, na sequência de uma “revisão do relacionamento” de Washington com o Governo do Cairo.

Em causa está a transferência de equipamento militar, incluindo tanques, helicópteros e jactos, para o Exército egípcio: segundo a Associated Press, o Pentágono vai anunciar nos próximos dias a “suspensão” de algumas das entregas de material previstas pelo acordo de assistência militar, na sequência de uma “revisão do relacionamento” de Washington com o Governo do Cairo.

O financiamento americano dos programas de contra-terrorismo e de segurança das fronteiras egípcias (nomeadamente na península do Sinai) não deverá sofrer cortes, acrescenta a agência norte-americana.

É a resposta dos Estados Unidos à instabilidade política no Egipto, após a deposição do Presidente islamista Mohamed Morsi pelas hierarquias militares, no passado mês de Julho. A Administração Obama resistiu a qualificar a iniciativa como um “golpe de Estado”, mas notou várias vezes que Morsi foi democraticamente eleito – no seu discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente Barack Obama manifestou a sua “preocupação” com algumas das decisões das cúpulas militares egícpcias, que descreveu como “inconsistentes com um processo democrático inclusivo”.

Os episódios de repressão e violência no Egipto, que se repetiram durante o Verão, já tinham levado os Estados Unidos a cancelar exercícios militares conjuntos com o Exército egípcio e a congelar o envio de quatro caças militares. O prolongamento da instabilidade levou a Administração a reconsiderar os termos do seu programa de apoio ao Governo do Cairo: são as conclusões desse processo que deverão ser anunciadas nos próximos dias, explicou a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança.

Segundo a CNN, além da transferência de equipamento militar, os EUA também estão dispostos a suspender a ajuda não-militar que beneficia directamente o Governo do Cairo. No entanto, as verbas que alimentam programas na área da saúde, educação e assistência social não deverão sofrer qualquer corte.

O acordo de assistência militar e apoio ao desenvolvimento do Egipto está orçado em 1,55 mil milhões de dólares, dos quais 1,3 mil milhões de dólares são para a componente militar e 250 milhões são distribuídos em programas económicos. Quando Obama decidiu rever os termos do acordo, os EUA ainda tinham de desembolsar 585 milhões de dólares para a compra de armamento, equipamento e acções de treino do Exército egípcio.