Membro do júri critica atribuição do Nobel da Física
Físico sueco lamenta que o Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), onde o bosão de Higgs foi caçado, não tenha partilhado o galardão.
“Penso que [a decisão] foi errada”, disse à agência AFP Anders Bárány, membro da Real Academia Sueca das Ciências e professor emérito de física da Universidade de Estocolmo, na Suécia, referindo-se à decisão anunciada na terça-feira, com uma hora de atraso devido às longas discussões entre os membros do júri.
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“Penso que [a decisão] foi errada”, disse à agência AFP Anders Bárány, membro da Real Academia Sueca das Ciências e professor emérito de física da Universidade de Estocolmo, na Suécia, referindo-se à decisão anunciada na terça-feira, com uma hora de atraso devido às longas discussões entre os membros do júri.
O britânico Peter Higgs e o belga François Englert ganharam o Prémio Nobel da Física 2013 por seus trabalhos teóricos, na década de 1960, sobre o bosão de Higgs, partícula elementar que explica a origem da massa das outras partículas. A detecção experimental do bosão só aconteceu em 2012, quase 50 anos depois da sua proposta teórica e após várias tentativas frustradas de confirmar a existência desta partícula. Milhares de físicos contribuíram para que essa descoberta pudesse ser feita no CERN.
“Penso que os investigadores experimentais fizeram um fantástico trabalho e deveriam ser recompensados”, acrescentou o físico sueco, referindo-se ao CERN, onde no enorme acelerador de partículas LHC o bosão de Higgs foi detectado. O anúncio da descoberta foi a 4 de Julho de 2012, em ambiente de grande festa.
Muitos esperavam que o laboratório dividisse o prémio Nobel, mas o CERN foi apenas mencionado numa breve nota que acompanhava a decisão. “Isso nunca aconteceu antes. É um bom reconhecimento, mas não acredito que seja suficiente”, considerou Anders Bárány.
Embora no passado diferentes organizações tenham recebido o Nobel da Paz, isto nunca ocorreu com os prémios científicos. Na ciência, a tradição do Nobel é de recompensar um a três investigadores todos os anos.