Teodora Cardoso: É preciso “melhorar o topo e reduzir a base” da função pública
A presidente do Conselho de Finanças Públicas diz que cortes têm afectado os mais qualificados.
“Os cortes que têm vindo a ser feitos não têm ido nesse sentido, têm sido cortes horizontais, essencialmente, e eu defendo o contrário. Têm afectado mais fortemente as pessoas com maior nível de qualificação que são a quem o Estado paga pior e de quem tem mais necessidade”, justificou em declarações aos jornalistas à margem do Congresso Nacional de Economistas, a decorrer no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
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“Os cortes que têm vindo a ser feitos não têm ido nesse sentido, têm sido cortes horizontais, essencialmente, e eu defendo o contrário. Têm afectado mais fortemente as pessoas com maior nível de qualificação que são a quem o Estado paga pior e de quem tem mais necessidade”, justificou em declarações aos jornalistas à margem do Congresso Nacional de Economistas, a decorrer no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Teodora Cardoso defendeu uma Administração Pública mais profissionalizada, mais pequena e menos politizada, ao contrário do que acontece actualmente.
“É necessária uma Administração Pública moderna e profissionalizada”, advogou, destacando que houve em Portugal “um período, que está em parte ultrapassado, de uma Administração Pública politizada ao nível dos gabinetes”.
“Penso que é necessário maior profissionalização dos responsáveis, das pessoas com maior responsabilidade técnica e, por outro lado, não há dúvida que a Administração Pública tem de ser mais pequena”, destacou.
Teodora Cardoso considerou que ao longo de vários anos a Administração Pública foi “alimentada com actividades muito burocráticas, pouco qualificadas e que, consequentemente, alargaram a base sem alargar o topo”.
“Agora precisamos de alargar e melhorar o topo, mas por razões orçamentais de reduzir a base. É um problema difícil, mas que tem de ser resolvido”, reforçou a presidente do Conselho de Finanças Públicas.
Teodora Cardoso recusou comentar as recentes notícias que dão conta de mais cortes nas tabelas salariais dos funcionários públicos e nas pensões de sobrevivência, uma vez que tais medidas deverão constar do Orçamento do Estado para 2014 e que não é ainda conhecido por parte do Conselho de Finanças Públicas, a que preside.