Retoma da economia não vai ser suficiente para recuperar desemprego

Governador do Banco de Portugal alerta que parte do desemprego é estrutural e não será “absorvido” quando houver recuperação.

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Carlos Costa frisa que o papel do BdP teve em vista “salvaguardar o interesse público” Foto: Jorge Miguel Gonçalves/NFactos

“Este é o grande desafio com que está confrontada a economia: não esperar que a retoma económica resolva o problema. Absorve o desemprego cíclico mas não o estrutural”, disse.

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“Este é o grande desafio com que está confrontada a economia: não esperar que a retoma económica resolva o problema. Absorve o desemprego cíclico mas não o estrutural”, disse.

Carlos Costa lembrou que o crescimento acentuado da taxa de desemprego é uma das grandes diferenças do actual processo de ajustamento face aos anteriores programas a que Portugal recorreu. Além disso, assiste-se a um “desajustamento da procura doméstica” e a um “desequilíbrio na estrutura produtiva da economia portuguesa”.

Quando o país recorreu ao empréstimo do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia, já vivia um “sobredimensionamento do sector de bens não transaccionáveis”, que tinha como espelho o défice externo. Sectores como o imobiliário e a construção tiveram uma contracção de procura muito maior do que no passado, alertou.

Para o Governador do Banco de Portugal, este ajustamento sofreu “ventos contrários”, cenário “extremamente penoso para qualquer ministro das finanças”.