Afastada participação de Sarkozy no caso Bettencourt
Investigações a caso de financiamento ilegal da UMP não conseguiram provar implicação do antigo Presidente francês. Decisão pode facilitar candidatura presidencial em 2017.
De acordo com o Le Monde, as investigações concluíram pela participação de dez pessoas no caso Bettencourt, entre as quais um ex-ministro e personalidades da elite financeira parisiense. O julgamento terá lugar durante o próximo ano no Tribunal de Bordéus.
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De acordo com o Le Monde, as investigações concluíram pela participação de dez pessoas no caso Bettencourt, entre as quais um ex-ministro e personalidades da elite financeira parisiense. O julgamento terá lugar durante o próximo ano no Tribunal de Bordéus.
Desde Março que Sarkozy estava a ser investigado por suspeitas de abuso de confiança da milionária Liliane Bettencourt. Em causa estava o possível financiamento ilegal do partido do antigo chefe de Estado, a UMP (União por um Movimento Popular, de centro-direita), pela herdeira do império L’Oréal. De acordo com perícias médicas, Liliane Bettencourt, de 90 anos, estaria senil desde 2006.
Numa primeira fase das investigações, Nicolas Sarkozy aparecia nos autos do processo como o verdadeiro cérebro por trás de um esquema para obter financiamento junto de Liliane Bettencourt. Os magistrados concordavam que havia indícios graves de que Sarkozy teria lucrado com a degeneração da milionária, mas, com o desenrolar das investigações, Sarkozy passou a ser designado apenas como testemunha assistida, relembra o Le Monde.
Os investigadores conseguiram provar que Sarkozy visitou por duas vezes Bettencourt, em 2007, mas os testemunhos ouvidos pelo tribunal não foram suficientes para provar que o ex-Presidente tenha pressionado a milionária a financiar o seu partido.
No entanto, o ex-Presidente da República francês está ligado a outros casos judiciais, como o do possível financiamento líbio de uma campanha eleitoral e ainda a encomenda de sondagens controversas durante a sua presidência. Sarkozy está também ligado às investigações sobre doações feitas à UMP durante o seu mandato como tesoureiro do partido, em meados dos anos 1990.