Imprensa brasileira diz que fusão PT/Oi é um alívio para o Governo de Dilma Rousseff
Diminuição dos dividendos e recapitalização da empresa foram exigências para aval estatal brasileiro ao negócio.
O jornal Folha de São Paulo escreve nesta quinta-feira que entre o executivo brasileiro “havia grande preocupação com o futuro da companhia brasileira e dúvidas sobre a capacidade de caixa da Oi no médio prazo”.
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O jornal Folha de São Paulo escreve nesta quinta-feira que entre o executivo brasileiro “havia grande preocupação com o futuro da companhia brasileira e dúvidas sobre a capacidade de caixa da Oi no médio prazo”.
Assim, foi com bons olhos que o Governo de Dilma Rousseff deu o seu aval ao casamento luso-brasileiro, mediante o compromisso de recapitalizar a empresa através de um aumento de capital de pelo menos 8000 milhões de reais ou no mínimo 7000 milhões (2700 milhões ou 2300 milhões de euros) para investimento em infra-estruturas.
A outra exigência estatal foi a de reduzir a repartição de lucros com os accionistas para 500 milhões de reais (166 milhões de euros), tendo em conta os prejuízos de 124 milhões de reais (41 milhões de euros) registados pela empresa no segundo trimestre do ano.
O jornal brasileiro escreve ainda que há cerca de dois meses “a cúpula do Governo Dilma” foi contactada por executivos da Oi, que pediram o apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) para concretizar o negócio.
Os dois principais interlocutores do Governo foram Zeinal Bava (presidente executivo da Oi e da nova empresa provisoriamente denominada CorpCo) e Octávio Azevedo, presidente do conselho de administração da Telemar Participações, controladora da Oi.
A proposta terá sido recusada pela Presidente, com receio que se repetissem os erros cometidos em 2008 com a união Oi/Brasil Telecom para criação daquilo a que se chamava então a “’supertele’ brasileira”, explica o Folha de São Paulo.
O negócio, que contou com o beneplácito do então Presidente Lula da Silva, que motivou alterações à legislação brasileira das telecomunicações e que até contou com financiamento público via BNDES e fundos de pensões, resultou numa empresa deficitária e pouco eficiente.
As exigências estatais são agora que a Oi opte por uma gestão mais austera, sinalizada com a política de redução de dividendos anuais, que saiba usar a capacidade tecnológica da PT para ganhar mercado.
A Oi é a quarta operadora brasileira nas telecomunicações móveis e tem o objectivo de cobrir todo o território brasileiro com rede fixa, através da qual possa desenvolver ofertas de televisão e banda larga.