Ribeiro e Castro diz-se "silenciado" pelo CDS

Ex-presidente do partido fala pela primeira vez sobre as razões que o levaram a demitir-se da presidência da Comissão Parlamentar de Educação.

Foto
Ribeiro e Castro diz que, "na sua análise", Henrique neto é "o menos PS dos candidatos, o que está mais à direita". Fernando Veludo

“Estou a ter uma punição administrativa de silêncio que vem da mais alta direcção do partido que faz a gestão parlamentar", afirmou ao PÚBLICO Ribeiro e Castro, detalhando, assim, as razões que o levaram a anunciar no domingo a demissão de presidente da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. Ribeiro e Castro diz não ter intervindo nesta sessão legislativa no plenário, à excepção de uma vez, quando foi debatido um projecto de lei da sua autoria sobre a naturalização dos judeus sefarditas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Estou a ter uma punição administrativa de silêncio que vem da mais alta direcção do partido que faz a gestão parlamentar", afirmou ao PÚBLICO Ribeiro e Castro, detalhando, assim, as razões que o levaram a anunciar no domingo a demissão de presidente da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. Ribeiro e Castro diz não ter intervindo nesta sessão legislativa no plenário, à excepção de uma vez, quando foi debatido um projecto de lei da sua autoria sobre a naturalização dos judeus sefarditas.

Outro dos motivos que levaram o deputado a abandonar a presidência da comissão parlamentar tem a ver com a forma de funcionamento das reuniões da bancada. "Há um excesso de dirigismo nessas reuniões e são monotemáticas", aponta, referindo que as questões relacionadas com os idosos — como a TSU dos pensionistas, a que se opôs Paulo Portas — não são debatidas internamente.

Para o ex-líder do CDS, esta forma de trabalhar na bancada — e no partido, já que há muito tempo Ribeiro e Castro critica a pouca frequência com que os órgãos do CDS reúnem — e a "ordem de silêncio" a que está sujeito acabam por "contribuir para os vícios da democracia representativa".

O descontentamento e a intenção de abandonar as funções de presidente da comissão já tinham sido comunicados em Junho ao líder da bancada centrista, Nuno Magalhães, que lhe terá pedido para ficar até Setembro, coincidindo com o final da sessão legislativa. Segundo Ribeiro e Castro foi assumido por várias vezes que o presidente do partido, Paulo Portas, o iria contactar para conversar, o que nunca aconteceu. Após a campanha eleitoral e em vésperas de começar uma nova sessão legislativa, Ribeiro e Castro anunciou que deixava de estar à frente da comissão.

Contactada pelo PÚBLICO, a direcção do grupo parlamentar não quis prestar declarações. O CDS terá agora que escolher um outro deputado para ficar à frente da Comissão Parlamentar de Educação, a única que tem a presidência de um centrista.