Valores recorde na abstenção, votos brancos e votos nulos

Apenas 52,6% dos eleitores se deslocaram às mesas de voto. Votos brancos atingem 3,87% e nulos 2,95%.

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Em 2009, a taxa de abstenção tinha atingido 40,9% (um novo máximo em eleições autárquicas) e desta vez assiste-se a mais um recorde de falta de participação eleitoral.

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Em 2009, a taxa de abstenção tinha atingido 40,9% (um novo máximo em eleições autárquicas) e desta vez assiste-se a mais um recorde de falta de participação eleitoral.

Este recorde, no entanto, é válido apenas para eleições autárquicas, uma vez que as eleições europeias têm historicamente taxas superiores: o máximo aconteceu em 1994, quando a abstenção atingiu os 64,5%. E nas presidenciais de 2011, 53,5% dos eleitores inscritos não se deslocaram às urnas.

A discrepância entre os números de eleitores inscritos nos cadernos eleitorais (9.502.301) e de cidadãos residentes em Portugal com mais de 18 anos (8.607.8539) inflaciona a taxa de abstenção – o PÚBLICO estimou que signifique, à partida, uma taxa de abstenção de 9,4%.

Ainda assim, não deixa de ser significativo que a taxa de abstenção atinja um novo recorde, até porque a existência de eleitores-fantasma não é um fenómeno novo.

Igualmente significativo é o peso dos votos brancos e nulos, que atingiram máximos históricos em eleições autárquicas.

Com uma freguesia por apurar, estão contabilizados 189.809 votos brancos (3,87%) e 144.520 nulos (2,95%). Juntos, os brancos e os nulos somam 6,82%, menos 0,6 pontos percentuais do que os independentes, que venceram em 13 câmaras neste acto eleitoral.

A percentagem de votos brancos mais do que duplicou em relação há quatro anos e bateu o máximo de há oito, quando 138.449 eleitores (2,6%) entregaram o boletim em branco.

E o mesmo acontece com os votos nulos, que atingem já os 144.683, bem mais do que anteriores recordes (2,1% nas autárquicas de 1976 e mais de 91 mil nas eleições de 1982).