NSA guarda historial de navegação na Internet durante um ano

Programa Marina armazena dados de milhões de pessoas durante 365 dias, independentemente de serem consideradas ou não suspeitas.

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Sede da NSA, em Fort Meade, no estado do Maryland NSA/Reuters

Os pormenores deste programa, conhecido como "Marina", estão incluídos na série de documentos recolhidos pelo antigo analista informático Edward Snowden e foram divulgados nesta segunda-feira pelo jornal britânico The Guardian.

O objectivo é permitir que os serviços secretos tenham acesso ao padrão de comportamento online de milhões de pessoas, através do registo de metainformação (dados como o historial de navegação na Internet, pesquisas em mapas, duração e localização de chamadas telefónicas – quase tudo, excepto o suporte áudio das conversas e o conteúdo dos emails).

As autoridades dos EUA têm repetido em várias ocasiões que apenas é guardada informação sobre pessoas consideradas suspeitas, mas o Programa Marina indica o contrário. Num documento distribuído aos agentes da NSA, lê-se que "a aplicação de metainformação do Marina rastreia a utilização dos browsers, recolhe informação de contactos/conteúdos e produz resumos sobre um alvo. Esta ferramenta oferece a capacidade de exportar dados numa variedade de formatos, bem como criar gráficos que contribuem para o estabelecimento de um padrão de vida".

A ideia é conseguir olhar para trás no tempo, a partir do momento em que alguém passa para a lista de pessoas suspeitas de envolvimento em acções terroristas ou outras actividades criminosas. A principal questão é que, em muitos casos, os dados são registados e armazenados quando as pessoas não são suspeitas, nem as suas actividades despertam qualquer interesse aos serviços secretos norte-americanos.

"Uma das características mais distintivas do Marina é a capacidade para olhar para trás sobre os últimos 365 dias de metainformação observada pelo sistema de recolha de dados Sigint, independentemente de [esses dados] terem ou não sido objecto de um pedido de recolha", lê-se no documento, citado pelo The Guardian.

Contactada pelo jornal britânico, a NSA não se referiu directamente à questão do armazenamento de metainformação de cidadãos sobre os quais não existem suspeitas de qualquer actividade criminosa.

Em resposta, a agência norte-americana repete o que já tinha sido afirmado em várias ocasiões, inclusivamente pelo Presidente dos EUA, Barack Obama, e que é uma questão diferente: "Sabemos que existe uma percepção errada de que a NSA ouve conversas telefónicas e lê os emails de americanos comuns, com o objectivo de monitorizar ilegalmente cidadãos dos EUA. Mas isso não é verdade. (…) As actividades de recolha de informação no estrangeiro são conduzidas de acordo com os procedimentos aprovados pelo procurador-geral dos EUA e pelo secretário da Defesa e, nos casos em que isso seja necessário, com a autorização do tribunal de vigilância [Foreign Intelligence Surveillance Court – FISA]."
 
 
 

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Os pormenores deste programa, conhecido como "Marina", estão incluídos na série de documentos recolhidos pelo antigo analista informático Edward Snowden e foram divulgados nesta segunda-feira pelo jornal britânico The Guardian.

O objectivo é permitir que os serviços secretos tenham acesso ao padrão de comportamento online de milhões de pessoas, através do registo de metainformação (dados como o historial de navegação na Internet, pesquisas em mapas, duração e localização de chamadas telefónicas – quase tudo, excepto o suporte áudio das conversas e o conteúdo dos emails).

As autoridades dos EUA têm repetido em várias ocasiões que apenas é guardada informação sobre pessoas consideradas suspeitas, mas o Programa Marina indica o contrário. Num documento distribuído aos agentes da NSA, lê-se que "a aplicação de metainformação do Marina rastreia a utilização dos browsers, recolhe informação de contactos/conteúdos e produz resumos sobre um alvo. Esta ferramenta oferece a capacidade de exportar dados numa variedade de formatos, bem como criar gráficos que contribuem para o estabelecimento de um padrão de vida".

A ideia é conseguir olhar para trás no tempo, a partir do momento em que alguém passa para a lista de pessoas suspeitas de envolvimento em acções terroristas ou outras actividades criminosas. A principal questão é que, em muitos casos, os dados são registados e armazenados quando as pessoas não são suspeitas, nem as suas actividades despertam qualquer interesse aos serviços secretos norte-americanos.

"Uma das características mais distintivas do Marina é a capacidade para olhar para trás sobre os últimos 365 dias de metainformação observada pelo sistema de recolha de dados Sigint, independentemente de [esses dados] terem ou não sido objecto de um pedido de recolha", lê-se no documento, citado pelo The Guardian.

Contactada pelo jornal britânico, a NSA não se referiu directamente à questão do armazenamento de metainformação de cidadãos sobre os quais não existem suspeitas de qualquer actividade criminosa.

Em resposta, a agência norte-americana repete o que já tinha sido afirmado em várias ocasiões, inclusivamente pelo Presidente dos EUA, Barack Obama, e que é uma questão diferente: "Sabemos que existe uma percepção errada de que a NSA ouve conversas telefónicas e lê os emails de americanos comuns, com o objectivo de monitorizar ilegalmente cidadãos dos EUA. Mas isso não é verdade. (…) As actividades de recolha de informação no estrangeiro são conduzidas de acordo com os procedimentos aprovados pelo procurador-geral dos EUA e pelo secretário da Defesa e, nos casos em que isso seja necessário, com a autorização do tribunal de vigilância [Foreign Intelligence Surveillance Court – FISA]."