Quercus alerta que chuva pode contaminar água em zonas afectadas pelos incêndios
Risco é maior em zonas com grandes bacias hidrográficas
Em comunicado, a associação ambientalista portuguesa acentua que “a preocupação é maior nos casos em que foram afectadas grandes bacias hidrográficas, como no incêndio de Picões, Alfândega da Fé, onde cerca de 15.000 hectares do vale do rio Sabor ficaram reduzidos a cinzas”.
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Em comunicado, a associação ambientalista portuguesa acentua que “a preocupação é maior nos casos em que foram afectadas grandes bacias hidrográficas, como no incêndio de Picões, Alfândega da Fé, onde cerca de 15.000 hectares do vale do rio Sabor ficaram reduzidos a cinzas”.
Nestes locais, destaca a Quercus, registou-se “a destruição de habitats protegidos, o arrastamento das cinzas e a erosão dos solos, com impacte negativo na qualidade da água e no assoreamento dos rios”.
Na Serra do Caramulo, dada a vasta área ardida e os declives acentuados sobre os rios Agadão e Águeda, também “já foram detectados problemas com as primeiras chuvas”, devendo as autoridades “estar alerta para as consequências do arrastamento das terras e cinzas, monitorizando a alteração da qualidade da água junto às captações de abastecimento público”.
A Quercus explica que os impactes na qualidade da água estão associados ao aumento de nutrientes (azoto, fósforo, potássio, entre outros), metais pesados e hidrocarbonetos aromáticos policlínicos, que são tóxicos.
Nesse sentido, avisa que “deve ser efectuada uma monitorização adequada dos diversos parâmetros que permita aumentar o conhecimento disponível, bem como informação adicional sobre as medidas a tomar para minimizar estes problemas”.
De acordo com as estimativas da associação ambientalista portuguesa, a erosão dos solos após incêndio pode atingir, em média, entre 45 e 56 toneladas por hectare.