Governo junta-se a Bruxelas e nega "negociações" para segundo resgate a Portugal

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Pedro Passos COelho já falou por várias vezes da eventualidade de um segundo resgate Georges Gobet/AFP

De acordo com o documento enviado ao início da tarde pelo Ministério das Finanças, o Governo diz estar a “trabalhar com os representantes da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional [que formam a troika de credores oficiais] no âmbito da actual missão em curso para garantir a sua conclusão com sucesso nos próximos dias”.

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De acordo com o documento enviado ao início da tarde pelo Ministério das Finanças, o Governo diz estar a “trabalhar com os representantes da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional [que formam a troika de credores oficiais] no âmbito da actual missão em curso para garantir a sua conclusão com sucesso nos próximos dias”.

O comunicado diz ainda que o Executivo, formado pela coligação PSD-CDS, “lamenta” a notícia publicada este sábado pelo PÚBLICO, dizendo que esta não tem “fundamento”, mostrando o seu desagrado por ter sido publicada “enquanto estão em curso a oitava e nonas avaliações do PAEF e o país se encontra em dia de reflexão eleitoral”.

Esta manhã, também a Comissão Europeia negou peremptoriamente que já esteja a trabalhar num novo resgate a Portugal, garantindo que o cenário de um novo pacote de ajuda financeira não está em cima da mesa, “nem parcialmente nem de qualquer outra forma”.

Em declarações à Lusa, a propósito da notícia do PÚBLICO, Simon O'Connor, porta-voz da Comissão, garantiu que a instituição está exclusivamente focada na implementação bem sucedida do actual programa de ajustamento.

“As discussões que decorrem em Lisboa no quadro da avaliação trimestral do programa de ajustamento) estão exclusivamente focadas em garantir a implementação bem sucedida do programa acordado para Portugal, de modo a criar as condições para uma retoma económica sustentável e um regresso à criação de postos de trabalho”, afirmou Simon O'Connor.

O porta-voz do comissário Olli Rehn garantiu, de acordo com a Lusa, que além do exame regular em curso do actual programa de assistência a Portugal, “nada mais está sobre a mesa, nem ‘parcialmente’, nem de qualquer outra forma”.

Segundo a notícia do PÚBLICO, a eventualidade de Portugal precisar de um segundo resgate para assegurar o seu financiamento é agora vista em Bruxelas como o cenário provável e que já está "parcialmente na mesa".

"Muito provável", "praticamente inevitável" e mesmo "largamente inevitável" foi a avaliação feita ao PÚBLICO por várias fontes envolvidas no actual programa de assistência financeira a Portugal. No centro desta convicção está a constatação de que muito dificilmente Portugal reconquistará a confiança dos investidores para voltar a obter nos mercados o financiamento necessário ao funcionamento do Estado a partir do fim do actual programa de ajuda, em Junho de 2014.O

O PÚBLICO não escreveu que decorriam "negociações" em Bruxelas, mas sim que há "trabalho" a ser feito sobre a possibilidade de um segundo resgate.

Com taxas de juro superiores ao nível considerado insustentável de 7%, a par da ameaça das agências de notação financeira de voltar a degradar o nível de risco da dívida portuguesa, as probabilidades de o país conseguir recuperar nos próximos meses a credibilidade perdida são neste momento consideradas quase nulas.

O primeiro-ministro, Passos Coelho, já tinha levantado a eventualidade de um segundo resgate em Agosto, após o chumbo da requalificação da função pública pelo Tribunal Constitucional (TC) e voltou a falar no tema há uma semana.

Todos os interlocutores atribuem a desconfiança dos mercados ao "ruído" - ou seja, ao desacordo - gerado dentro do Governo ao longo da Primavera em torno do nível dos cortes nas despesas do Estado e que levou, no início de Julho, à demissão do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e à crise política subsequente.

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