Ministério da Educação: desmoronam-se os mitos
A presença de Nuno Crato no Ministério da Educação e Ciência (MEC) aumentou o número de exames nacionais. O Gabinete de Avaliação Educacional (Gave) amplamente criticado na sua intervenção por realizar um trabalho pouco fiável na elaboração dos exames e na avaliação do sistema educativo, passados dois anos continua a fazer os exames nacionais de sempre, os testes intermédios, provas de aferição e ainda os exames nacionais criados pelo ministro. Os resultados passaram a ser considerados fiáveis e a avaliar o estado do ensino em Portugal.
A introdução de mais um exame, como o de Inglês, com função diagnóstica semelhante à dos testes intermédios de Inglês, sem que se saiba por que razão estes são eliminados, não se compreende. A justificação da importância do ensino do Inglês é conhecida e a sua recomendação não é deste ano. Não deveria o investimento dos privados neste exame ser dirigido para o ensino do inglês do 1.º ciclo?
Em Dezembro de 2011, Nuno Crato revogou o currículo nacional do ensino básico, demorou dois anos a elaborar as metas curriculares das várias disciplinas deixando o ensino nos anos letivos 2011/2012 e 2012/2013 nas mãos dos documentos que aponta como atrasados e seguidores de uma doutrina antiquada. Finalmente, este ano letivo 2013/2014 as metas curriculares das várias disciplina serão aplicadas. Estas assentam nos conteúdos dos programas anteriores (só alguns foram revogados), dão enfase aos conteúdos e substitui-se a avaliação de competências pela avaliação de capacidades, de significado idêntico.
Os manuais escolares certificados e avaliados à luz do currículo revogado devem, segundo Nuno Crato, ser utilizados pelos professores na sala de aula. Afinal são conformes às metas curriculares de Nuno Crato, e enfatizam os conteúdos tal como as metas propõem. Afinal a abordagem por competências diabolizada por Nuno Crato como retrógrada e perturbadora, que o currículo revogado propunha, não estava nos manuais escolares.
A revogação do currículo sem a sua avaliação prévia, assente no plano doutrinário, o de Nuno Crato expresso no despacho de revogação, não abona a favor do rigor e da melhoria do ensino e das aprendizagens. É caso para perguntar: o que mudou no ensino com Nuno Crato no Ministério da Educação? Não era afinal este já centrado nos conteúdos?
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A presença de Nuno Crato no Ministério da Educação e Ciência (MEC) aumentou o número de exames nacionais. O Gabinete de Avaliação Educacional (Gave) amplamente criticado na sua intervenção por realizar um trabalho pouco fiável na elaboração dos exames e na avaliação do sistema educativo, passados dois anos continua a fazer os exames nacionais de sempre, os testes intermédios, provas de aferição e ainda os exames nacionais criados pelo ministro. Os resultados passaram a ser considerados fiáveis e a avaliar o estado do ensino em Portugal.
A introdução de mais um exame, como o de Inglês, com função diagnóstica semelhante à dos testes intermédios de Inglês, sem que se saiba por que razão estes são eliminados, não se compreende. A justificação da importância do ensino do Inglês é conhecida e a sua recomendação não é deste ano. Não deveria o investimento dos privados neste exame ser dirigido para o ensino do inglês do 1.º ciclo?
Em Dezembro de 2011, Nuno Crato revogou o currículo nacional do ensino básico, demorou dois anos a elaborar as metas curriculares das várias disciplinas deixando o ensino nos anos letivos 2011/2012 e 2012/2013 nas mãos dos documentos que aponta como atrasados e seguidores de uma doutrina antiquada. Finalmente, este ano letivo 2013/2014 as metas curriculares das várias disciplina serão aplicadas. Estas assentam nos conteúdos dos programas anteriores (só alguns foram revogados), dão enfase aos conteúdos e substitui-se a avaliação de competências pela avaliação de capacidades, de significado idêntico.
Os manuais escolares certificados e avaliados à luz do currículo revogado devem, segundo Nuno Crato, ser utilizados pelos professores na sala de aula. Afinal são conformes às metas curriculares de Nuno Crato, e enfatizam os conteúdos tal como as metas propõem. Afinal a abordagem por competências diabolizada por Nuno Crato como retrógrada e perturbadora, que o currículo revogado propunha, não estava nos manuais escolares.
A revogação do currículo sem a sua avaliação prévia, assente no plano doutrinário, o de Nuno Crato expresso no despacho de revogação, não abona a favor do rigor e da melhoria do ensino e das aprendizagens. É caso para perguntar: o que mudou no ensino com Nuno Crato no Ministério da Educação? Não era afinal este já centrado nos conteúdos?
Professora do ensino secundário, mestre em Ciências da Educação. A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico.