2 Tiros
É o exemplo perfeito de como o encontro ideal entre um elenco, um realizador e uma história pode elevar uma fita sem sinais particulares a recordação dos bons buddy movies que Hollywood parece ter abandonado desde os tempos áureos de "Dois Polícias à Solta", "Debaixo d'Olho" ou do primeiro (e melhor) "Arma Mortífera".
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É o exemplo perfeito de como o encontro ideal entre um elenco, um realizador e uma história pode elevar uma fita sem sinais particulares a recordação dos bons buddy movies que Hollywood parece ter abandonado desde os tempos áureos de "Dois Polícias à Solta", "Debaixo d'Olho" ou do primeiro (e melhor) "Arma Mortífera".
Adaptado de uma novela gráfica de Steven Grant, "2 Tiros coloca em jogo dois infiltrados à paisana, um da brigada fiscal e outro da secreta naval, desconhecedores da verdadeira identidade um do outro e que, na sequência de um assalto a um banco que rende mais do que se estaria à espera, se tornam alvos a abater pela polícia, pela Marinha e pela CIA. O primeiro rasgo é entregar a dupla de heróis aos bons cuidados de Denzel Washington e Mark Wahlberg, que parece terem sido feitos para resmungar um com o outro e, por si sós, justificam o preço do bilhete. O segundo é a energia da mise en scène do islandês Baltasar Kormákur (101 Reykjavik, 2000), que, ao terceiro filme americano depois de "Em Último Recurso" (2010) e "Contrabando" (2011), acerta na mouche necessária ao encontro da tradição do heist movie e do buddy movie com uma irreverência estrutural bastante moderna e com a descontracção de quem não tem problemas em fazer um pedaço de entertainment desmiolado - mesmo que esse “desmiolado” lance umas quantas farpas a uma certa cultura da corrupção que alimenta muito do policial americano dos últimos 50 anos. É a melhor fita de entretenimento puro que está por aí nesta altura do campeonato.