Sócrates termina tese de mestrado sobre tortura e vai publicar livro
Ex-primeiro-ministro adaptou tese sobre a tortura nos regimes democráticos, inspirado no 11 de Setembro. Obra tem prefácio de Lula da Silva e é lançada dia 23 de Outubro em Lisboa.
A notícia é avançada na edição deste sábado do semanário Expresso, que explica que Sócrates optou por estudar este tema já que considera que ganhou um novo peso nas discussões de filosofia moral dos países anglo-saxónicos após os atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos.
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A notícia é avançada na edição deste sábado do semanário Expresso, que explica que Sócrates optou por estudar este tema já que considera que ganhou um novo peso nas discussões de filosofia moral dos países anglo-saxónicos após os atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos.
“A tortura não é um assunto do passado. É um tema muito discutido hoje em dia. Será que uma boa acção, um bem maior, justifica a tortura? É um dos assuntos mais discutidos na filosofia actual, por exemplo nos Estados Unidos”, disse o socialista ao Expresso.
A tese de mestrado foi defendida em Julho na Sorbonne, em Paris, e está agora a ser adaptada para livro, contando com um prefácio do antigo Presidente do Brasil, Lula da Silva, que deverá estar presente no lançamento. O livro será apresentado, ainda segundo o semanário, dia 23 de Outubro, em Lisboa, e tem o apoio da Fundação Mário Soares, sendo editado pela Babel.
Sócrates foi o melhor aluno na variante de Teoria Política no mestrado em Ciência Política na Escola Doutoral do Instituto de Estudos Políticos de Paris. Foi depois de perder as legislativas de 2011 que José Sócrates, numa decisão que surpreendeu, decidiu ir viver para Paris e estudar Filosofia. Só recentemente regressou ao país e à política — com um novo programa de comentário semanal na RTP ao domingo.
Em reacção à notícia sobre o livro de Sócrates, o secretário-geral do PCP escusou-se hoje a comentar a obra, dizendo que prefere aguardar pela publicação, mas sublinhou saber “o que custou lutar pela liberdade”, sobretudo aos comunistas.
“Não conheço o conteúdo, a obra, esperemos pela sua publicação. Quando critico o Governo de Sócrates, critico porque foi ele que abriu a porta [à entrada da troika], com a assinatura e com os sucessivos PEC... No essencial, alicerçava-se muito naquilo que foi o memorando das troikas”, disse Jerónimo de Sousa, na Baixa da Banheira, citado pela agência Lusa.
“Os comunistas portugueses foram o alvo preferencial da ditadura fascista. Custou-nos muito, muita prisão, perseguição, desemprego, muita tortura e até morte e assassinato. Sabemos o que custou, ao longo desse período de 48 anos, lutar pela liberdade. Pagámos bem caro, mas valeu a pena porque tivemos o 25 de Abril”, congratulou-se Jerónimo de Sousa.