Bashar al-Assad diz que destruição de arsenal químico demorará um ano
Presidente sírio diz que precisa de mil milhões de dólares para desmantelar o arsenal, mas não está previsto que seja Damasco a realizar a operação.
A entrevista foi dada à Fox News, que a transmitiu na quarta-feira à noite (madrugada em Portugal). Dias antes, os Estados Unidos e a Rússia fecharam um acordo sobre a destruição do arsenal químico sírio que determina que as armas fiquem sob controlo internacional e que seja uma equipa internacional também a concretizar a sua destruição.
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A entrevista foi dada à Fox News, que a transmitiu na quarta-feira à noite (madrugada em Portugal). Dias antes, os Estados Unidos e a Rússia fecharam um acordo sobre a destruição do arsenal químico sírio que determina que as armas fiquem sob controlo internacional e que seja uma equipa internacional também a concretizar a sua destruição.
Ou seja, não será o regime sírio a realizar a operação — que EUA e Rússia dizem dever estar concluída no final do primeiro semestre de 2014 —, pelo que não está previsto ser-lhe atribuído qualquer orçamento.
Assad aproveitou para enviar vários recados ao Presidente americano, Barack Obama. O principal: desista da ameaça de atacar a Síria. Na segunda-feira, os EUA, a França e o Reino Unido decidiram apresentar em conjunto a resolução que será votada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a destruição do arsenal químico do governo sírio. A Administração Obama aceitou retirar do texto do documento a ameaça de uso da força caso a Síria quebre os termos do acordo que aceitou.
Assad disse ainda que o seu governo e as suas forças armadas não são responsáveis pelo ataque com armas químicas nos arredores de Damasco no dia 21 de Agosto, ataque que motivou a decisão de Obama realizar ataques aéreos punitivos contra o regime de Damasco.
O Presidente sírio disse que o relatório das Nações Unidas sobre esse ataque não prova que tenha sido o seu regime a usar as armas — de facto, não atribui responsabilidades, ainda que apresente estudos sobre a trajectória dos projécteis — e defendeu que "qualquer governo com armas químicas poderia tê-las fornecido" aos rebeldes que há dois anos e meio tentam derrubar o regime de Damasco.