Duas novas espécies animais descobertas na Mata do Buçaco
Uma equipa da Universidade de Aveiro descobriu o morcego-de-ferradura-mediterrânico e o musaranho-de-água nesta mata.
De acordo com uma nota da Fundação Mata do Bussaco (FMB), os investigadores do departamento de Biologia da UA registaram “pela primeira vez” a presença do morcego-de-ferradura-mediterrânico, uma espécie em vias de extinção, e ainda o musaranho-de-água, “um mamífero sobre o qual existe muito pouca informação”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
De acordo com uma nota da Fundação Mata do Bussaco (FMB), os investigadores do departamento de Biologia da UA registaram “pela primeira vez” a presença do morcego-de-ferradura-mediterrânico, uma espécie em vias de extinção, e ainda o musaranho-de-água, “um mamífero sobre o qual existe muito pouca informação”.
O morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale) está classificado no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal como “criticamente em perigo” e a mesma obra “atesta a raridade da espécie”, indicando, de acordo com a nota da FMB, que no território continental deverão existir menos de mil exemplares.
“Este morcego é maioritariamente cavernícola, podendo, no entanto, também abrigar-se em edifício. Alimenta-se em áreas de floresta de folhosas e autóctone, motivo que o terá atraído à Mata do Buçaco”, refere.
Com a confirmação da existência do morcego-de-ferradura-mediterrânico, o número de espécies de morcegos naquela mata nacional atinge as 15, “número bastante impressionante, atendendo a que em Portugal continental ocorrem 25 espécies”, assinala a Fundação.
Já o musaranho-de-água (Neomys anomalus), um pequeno mamífero semelhante a um roedor, com pelagem escura e ventre branco, é uma espécie “muito pouco conhecida” e “muito tímida”, cujo estatuto de conservação em Portugal aponta para “informação insuficiente”, por ser de difícil observação e captura “e assim existir muito pouca informação sobre a sua abundância e requisitos ecológicos”, adianta a nota.
“Estas duas descobertas vêm mais uma vez demonstrar o oásis de biodiversidade que é a Mata Nacional do Buçaco”, refere a Fundação, aludindo ao espaço natural que se estende por 105 hectares e providencia alimento, abrigo e refúgio para mais de 150 espécies de vertebrados.