Libertados 11 prisioneiros políticos no Irão
Presidente Hassan Rohani cumpre promessa eleitoral antes de ir à Assembleia Geral da ONU
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Entre as oito mulheres e os três homens que terão sido libertados, a BBC diz que está o político reformista Mohsen Aminzadeh, ex-vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Presidente Mohammed Khatami.
O grupo agora libertado fazia parte dos muitos que foram presos no seguimento das manifestações organizadas para contestar a reeleição, considerada fraudulenta, do Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, em Junho de 2009.
Nasrin Sotoudeh foi presa em 2010 e em Janeiro de 2011 foi condenada a 11 anos de prisão e 20 anos de interdição de exercer a sua profissão, por “acções contra a segurança nacional e propaganda contra o regime”. Estes são tipos de acusações regularmente usados pelo regime para condenar os opositores políticos.
Sotoudeh foi também condenada por pertencer ao Centro de Defensores dos Direitos Humanos (CDDH), da Prémio Nobel da Paz Shirin Ebadi, figura odiada pelo regime iraniano, que vive actualmente no exílio.
Presa na infame prisão de Evine, a norte de Teerão, onde estão inúmeros presos políticos, a advogada fez várias greves de fome para protestar contra as condições da cadeia e contra uma proibição de viajar para visitar a família (é mãe de filhos). Em Setembro de 2011 a sua pena tinha sido reduzida para seis anos de prisão, segundo revelou na altura a Amnistia Internacional.
Ontem o marido de Sotoudeh garantiu à Reuters que a sua mulher já estava em casa. “Não é uma licença temporária, é a liberdade”, disse ao telefone a partir de Teerão. “Enfiaram-na num carro e deixaram-na aqui à porta de casa”.
A libertação deste grupo de prisioneiros acontece poucos dias antes do novo Presidente do Irão Hassan Rohani participar na Assembleia Geral das Nações Unidas (24 de Setembro a 2 de Outubro). Na sua campanha eleitoral, Rohani, um religioso moderado, que foi eleito a 14 de Junho graças ao apoio dos reformadores, tinha prometido que iria libertar prisioneiros políticos.