Standard & Poor's reforça ameaça de corte de rating a Portugal
Agência de notação financeira vê riscos crescentes de Portugal ter de pedir um segundo resgate.
No passado mês de Julho, quando ainda havia uma grande indefinição em relação ao futuro do actual Governo, a agência tinha passado a tendência do rating português de "estável" para "negativa". Isso significava, na altura, que existia uma probabilidade de 33% de se proceder a um corte na classificação durante os 12 meses seguintes.
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No passado mês de Julho, quando ainda havia uma grande indefinição em relação ao futuro do actual Governo, a agência tinha passado a tendência do rating português de "estável" para "negativa". Isso significava, na altura, que existia uma probabilidade de 33% de se proceder a um corte na classificação durante os 12 meses seguintes.
Actualmente, o rating atribuído pela Standard & Poor's a Portugal está em "BB", um nível que entra já na classificação de "lixo" (junk bonds). Com a decisão desta quarta-feira, a ameaça de uma nova descida ficou ainda mais reforçada.
A agência diz que a colocação do rating em vigilância "reflecte a visão de que há riscos crescentes para os ambiciosos objectivos de consolidação orçamental de Portugal e uma probabilidade cada vez maior de não cumprimento do actual programa da UE e do FMI". De acordo com a Standard & Poor's os riscos principais são três: a perspectiva de novos chumbos do Tribunal Constitucional às medidas do Governo, a possibilidade de uma actividade económica mais fraca do que o esperado e a hipótese de ressurgimento de tensões políticas que levem a atrasos no OE 2014.
A Standard & Poor's diz ainda que observa "um risco crescente de Portugal não reconquistar um acesso completo aos mercados no início do próximo ano e de o Governo português solicitar um segundo programa oficial de apoio depois do primeiro programa chegar ao fim em Junho de 2014". Esta iminência do segundo resgate significa, para a agência, que o país "está cada vez mais dependente do apoio e flexibilidade dos seus credores oficiais".