Prémio Sakharov: Malala e Snowden entre os nomeados
O vencedor será escolhido no dia 10 de Outubro, em conferência de presidentes do PE, em Estrasburgo, e o prémio será entregue a 20 de Novembro
A adolescente paquistanesa baleada na cabeça por talibãs, Malala Yousafzai, e o ex-analista da NSA exilado na Rússia, Edward Snowden, integram a lista de candidatos ao Prémio Sakharov, divulgado pelo Parlamento Europeu, em Bruxelas.
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A adolescente paquistanesa baleada na cabeça por talibãs, Malala Yousafzai, e o ex-analista da NSA exilado na Rússia, Edward Snowden, integram a lista de candidatos ao Prémio Sakharov, divulgado pelo Parlamento Europeu, em Bruxelas.
A lista — que inclui sete candidaturas, das quais quatro colectivas — foi aprovada na segunda-feira pelas comissões dos Negócios Estrangeiros e do Desenvolvimento do Parlamento Europeu (PE) e será reduzida a três finalistas no dia 30.
A candidatura de Malala Yousafzai, que aos 11 anos, em 2009, começou a defender a educação feminina no vale de Swatt, no Paquistão, é apoiada pelos líderes dos três maiores grupos políticos do PE. Em 2012, sobreviveu ao ataque de um talibã, que a baleou na cabeça, tendo-se tornado um símbolo da luta pelos direitos das mulheres e pelo acesso à educação.
Por seu lado, Edward Snowden, um informático contratado pela Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA, na sigla inglesa), é o candidato indicado pelos Verdes e o Grupo da Esquerda Unitária. Snowden divulgou informação classificada sobre programas de vigilância dos EUA, tendo sido acusado de espionagem e estando asilado na Rússia.
Um grupo de 41 deputados europeus, encabeçado por Ana Gomes, propôs as jornalistas Reeyot Alemu e Eskinder Nega (Etiópia), que estão presas, acusadas de terrorismo, depois de terem criticado o Governo. Em representação de todos os presos políticos bielorrussos, 43 eurodeputados nomearam o presidente de uma ONG de defesa de direitos humanos, Ales Bialatski, o activista Eduard Lobau, e Mykola Statkevich, que foi candidato presidencial.
Os três estão detidos desde Dezembro de 2010, depois de terem protestado contra o resultado das presidenciais, que classificaram como “fraudulento” e conferiram um novo mandato a Alexander Lukashenko. A lista inclui ainda o prisioneiro político russo Mikhail Khodorkovsky, que já cumpriu dez anos de uma sentença de 14 por denúncias de corrupção, envolvendo o Presidente Vladimir Putin. O turco Erdem Gunduz integra o rol por ter lançado o protesto dos “Standing man”, na praça Taksim, a 17 de Junho de 2013, um movimento pacífico defendendo a liberdade e os direito humanos.
A lista termina com a campanha global da cadeia norte-americana de televisão CNN para acabar com a escravatura e o tráfico de seres humanos, Ending Modern-Day Slavery.
O vencedor será escolhido no dia 10 de Outubro, em conferência de presidentes do PE, em Estrasburgo, e o prémio será entregue a 20 de Novembro. O Prémio Sakharov para a liberdade de pensamento, no valor de 50 mil euros, foi atribuído, em 2012, ao cineasta Jafar Panahi e à advogada e activista Nasrin Sotoudeh, ambos iranianos. Nelson Mandela e o dissidente soviético Anatoly Marchenko (a título póstumo) foram os primeiros galardoados, em 1988. Em 1999, o prémio Sakharov foi entregue a Xanana Gusmão (Timor-Leste) e, em 2001, a Zacarias Kamwenho (Angola).