FNE diz que não foram dadas condições às escolas para um regresso às aulas com estabilidade

Federação de sindicatos diz que houve “falta de precisão e clareza” nas orientações da tutela. E defende que é preciso “estabilizar as normas do sistema educativo”

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Para o líder da FNE todas as escolas deviam ser iguais no que respeita às regras do concurso José Sarmento Matos

“Nós criticamos fortemente as condições que foram dadas às direcções das escolas para prepararem o ano lectivo. As orientações foram dadas à última da hora: um dia eram num sentido e no dia a seguir eram noutro. Houve falta de planificação adequada e atempada para que as direcções pudessem preparar, com estabilidade, o novo ano”, afirmou João Dias da Silva, presidente da FNE.

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“Nós criticamos fortemente as condições que foram dadas às direcções das escolas para prepararem o ano lectivo. As orientações foram dadas à última da hora: um dia eram num sentido e no dia a seguir eram noutro. Houve falta de planificação adequada e atempada para que as direcções pudessem preparar, com estabilidade, o novo ano”, afirmou João Dias da Silva, presidente da FNE.

Em declarações à Lusa, Dias da Silva criticou o ministério de Nuno Crato pela “falta de precisão e clareza” relativamente às indicações dadas, considerando que outro tipo de orientações “poderia ter evitado a situação” que se tem vivido nos estabelecimentos de ensino.

Entre os “vários sinais preocupantes”, o presidente da FNE lembrou o processo de colocação de docentes, a falta de “garantia de que todos os alunos tivessem professores desde o primeiro momento em que o ano lectivo começa” ou os alunos que foram colocados em contentores.

A FNE defende que é preciso “estabilizar as normas do sistema educativo” e acabar com a “sistemática apresentação de normas avulsas sem coerência, consistência nem congruência”.

Dias da Silva considerou ainda serem medidas “preocupantes” a realização da prova a Inglês para os alunos do 9.º ano ou a liberdade de escolha entre o ensino público ou privado.

Preocupado com “a fragilidade e todo o desinvestimento na escola pública”, o presidente da FNE lembrou que este ano haverá estudantes a ter aulas em contentores, há “insuficiência de psicólogos” e não existem equipas multidisciplinares para ajudar os alunos a ter sucesso escolar e prevenir a indisciplina.

A FNE pediu hoje — último dia definido para o arranque do ano lectivo — uma reunião com responsáveis do ministério.