Agregação de freguesias extingue plenários de cidadãos em aldeias da Guarda
Freguesias que passam a ter mais de 150 eleitores mudam forma de voto.
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Palmira Madeira, 87 anos, e Alcina Lopes, 84 anos, moradoras em Avelãs de Ambom, mostram-se apreensivas em relação à nova eleição. Alcina Lopes conta que até aqui os eleitores se dirigiam à sede da Junta, faziam “uma cruzinha” e regressavam a casa com a eleição já feita. “Sempre assim foi”, aponta, desconhecendo como vai ser desta vez. A amiga e vizinha Palmira Madeira diz que preferia eleger o novo autarca “como até aqui”: “Até aqui correu bem. Agora [no futuro], não sabemos”. Em Rocamondo, a habitante Maria de Lurdes, de 73 anos, também tem dúvidas sobre o novo método de eleição em mesa de assembleia eleitoral. “Acho que vai ser igual, talvez”, admite. Já Maria da Conceição, de 61 anos, não se mostra preocupada com a mudança, alegando que “é igual” eleger os elementos em plenário ou votar para a constituição de uma Assembleia de Freguesia que representa os residentes. Devido às dúvidas que são colocadas pelos habitantes, o único candidato à Assembleia da União de Freguesias de Rocamondo e Avelãs de Ambom, Rui Fernandes (PS), diz que tem procurado esclarecer os conterrâneos. “Estamos neste momento a esclarecê-los como é que vai ser a eleição, porque é bastante diferente”, afirmou, mostrando-se “convencido que não vai haver problema nenhum”. O actual autarca de Avelãs de Ambom, Luís Figueiró, também acredita que não haverá problemas com o acto eleitoral, lembrando que quando a questão da agregação das duas freguesias se colocou “as pessoas interiorizaram que vinham aí mudanças e que tinham de adaptar-se a uma nova situação e a novas circunstâncias”. A União de Freguesias terá sede na aldeia de Rocamondo e tudo está a ser feito para promover a “harmonia” entre as duas localidades, assegura o autarca. Os habitantes também acreditam que a junção não será motivo de divisão nem de rivalidades. “Eu acho que não deve haver”, porque Rocamondo tem “boa gente”, acredita Palmira Madeira, de Avelãs de Ambom. Moisés Pinheiro, habitante de Rocamondo, também prevê que “nunca vai haver” problemas com os habitantes da aldeia vizinha.