Descobertas no Quénia reservas com água suficiente para abastecer o país durante 70 anos
Aquíferos estão situados na região de Turkana, uma das mais quentes e pobres deste país africano.
A descoberta foi possível graças à utilização de uma tecnologia avançada de exploração via satélite, financiada pelo Japão, que funciona de forma semelhante à tecnologia utilizada na pesquisa por depósitos de petróleo. Os resultados foram depois confirmados no terreno por perfurações realizadas por uma equipa da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
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A descoberta foi possível graças à utilização de uma tecnologia avançada de exploração via satélite, financiada pelo Japão, que funciona de forma semelhante à tecnologia utilizada na pesquisa por depósitos de petróleo. Os resultados foram depois confirmados no terreno por perfurações realizadas por uma equipa da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
Foram localizados dois importantes aquíferos, em Lotikipi e em Lowar. O primeiro tem pelo menos 200 mil milhões de metros cúbicos e o segundo terá dez mil milhões. Ainda falta determinar o tamanho de outros três poços, embora os investigadores estimem que sejam muito mais pequenos. Estas reservas estão localizadas na região semidesértica de Turkana, no norte do Quénia, perto do lago com o mesmo nome, que é partilhado com a Etiópia.
Num comunicado conjunto, a UNESCO e o Governo queniano ressalvam que ainda falta determinar com exactidão a quantidade de água descoberta, bem como a sua qualidade. Ainda assim, sublinham a importância do achado, sobretudo nesta altura. “A notícia sobre estas reservas de água é anunciada num momento em que a presença de reservas de água confiáveis é mais necessária do que nunca”, afirma o ministro do Ambiente, Judi Wakhungu, citado no comunicado.
O aquífero de Lotikipi poderia "aumentar as reservas estratégicas de água do Quénia", lê-se no comunicado. Já a reserva subterrânea encontrada em Lodwar poderia servir como "reserva estratégica para o desenvolvimento" da cidade homónima, capital do condado de Turkana.
A região está há dois anos a viver uma terrível seca, que fez aumentar a taxa de desnutrição até aos 37%. Segundo o Governo e a UNESCO, mais de um terço da população queniana (ou seja, 17 dos 41 milhões de habitantes) não tem acesso a água potável e 28 milhões de pessoas não têm saneamento.
"Agora temos que explorar estes recursos de uma forma responsável e garantir sua duração para as gerações futuras", considera o governante.
A região do Lago Turkana, o maior lago desértico permanente do mundo, fica nas fronteiras com o Uganda, o Sudão do Sul e a Etiópia. Cerca de 70% da população daquela região é semi-nómada.