Antigos Alunos do Colégio Militar pediram "audiência urgente" ao primeiro-ministro

Medidas do Governo contestadas.

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Fusão de Colégio Militar com Instituto de Odivelas defendida por Aguiar-Branco é contestada por diversas personalidades PEDRO CUNHA

O objectivo da audiência “é manifestar a nossa preocupação perante esta reforma precipitada e unilateral e, por outro lado, reafirmar todas as nossas propostas que garantem não só a modernidade do colégio, como a sua sustentabilidade pedagógica e económica a prazo”, disse à agência Lusa o presidente da associação, António Reffóios.

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O objectivo da audiência “é manifestar a nossa preocupação perante esta reforma precipitada e unilateral e, por outro lado, reafirmar todas as nossas propostas que garantem não só a modernidade do colégio, como a sua sustentabilidade pedagógica e económica a prazo”, disse à agência Lusa o presidente da associação, António Reffóios.

A associação considerou, em comunicado, este pedido como um “derradeiro apelo ao diálogo no sentido de travar” a reforma do Governo que determina a transformação do Colégio Militar num internato/externato misto e a consequente construção de infraestruturas de internato feminino, absorvendo as alunas do Instituto de Odivelas.

“É o apelo a um consenso”, disse António Reffóios, adiantando que os antigos alunos vão continuar a utilizar todos os seus argumentos no sentido das suas posições serem entendidas.

“O que pretendemos é muito pouco se tivermos em conta aquilo que está em causa”, frisou, adiantando que não consegue perceber “tamanha teimosia” em avançar com esta reforma,

“Não consigo sobretudo perceber esse autismo quando a associação, desde a primeira hora, foi de uma total transparência e de uma colaboração leal com o Ministério [da Defesa]”, sustentou.

Para António Reffóios, a reforma do Colégio Militar merecia “uma análise e preparação cuidada com a associação de pais e com a associação de antigos alunos por se tratar de uma mudança que não se podia fazer de qualquer maneira, de um dia para o outro”.

A AAACM é contra a integração de um internato misto dentro do Campus do Colégio Militar e entende que "a instalação de modelos de ensino misto (em regime de externato) seja antecedida de reflexão e preparação particulares e que, a acontecer, seja realizada de forma progressiva”.

No comunicado, a associação refere que “vai continuar a procurar que o Presidente da República exerça a sua influência no sentido de promover o diálogo e o consenso relativamente ao futuro desta instituição”.

Entre as propostas avançadas pela AAACM, além do alargamento do colégio ao ensino primário, que “o actual ministro da Defesa chumbou em agosto de 2011”, e da abertura ao regime de externato masculino, que permitiriam captar mais alunos, a associação propõe a promoção do modelo da instituição junto dos Países Africano de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

“O aumento do rácio de oito alunos por cada professor, a centralização dos serviços administrativos ou a abertura das infraestruturas desportivas à sociedade civil”, são outras propostas da associação que “colocariam o custo/aluno ao nível de qualquer escola pública”.