Saia uma "handycam" para os candidatos autárquicos!

Há o direito à igualdade de tratamento? Sem dúvida que sim! Mas, pergunto, em que planeta vivem os senhores da CNE?

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As redacções estão “no osso”. Não têm jornalistas para acudir a tudo quanto é notícia e nem a muitas vezes (injustamente) criticada agência Lusa conseguirá ter uma cobertura total do que vai acontecer até ao dia 29 de Setembro. Falo da cobertura da campanha para as eleições autárquicas, que as televisões já garantiram não cobrir como emana da decisão serôdia da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

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As redacções estão “no osso”. Não têm jornalistas para acudir a tudo quanto é notícia e nem a muitas vezes (injustamente) criticada agência Lusa conseguirá ter uma cobertura total do que vai acontecer até ao dia 29 de Setembro. Falo da cobertura da campanha para as eleições autárquicas, que as televisões já garantiram não cobrir como emana da decisão serôdia da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

É que, uma coisa é as televisões terem de fazer das tripas coração para informarem os cidadãos sobre as incidências das campanhas eleitorais para a Assembleia da República. São menos candidatos e, mesmo assim, há sempre protestos dos partidos mais pequenos para entrar nos debates. Outra, bem diferente, é terem de inventar gente para dar conta das andanças das muitas centenas de candidatos locais, em arraiais, festarolas e arruadas que de informativo têm zero. As televisões decidiram que só acompanham os momentos em que os líderes partidários estejam presentes. Resultado: vamos ficar todos a perder.

Há o direito à igualdade de tratamento? Sem dúvida que sim! Mas, pergunto, em que planeta vivem os senhores da CNE? Será preciso que sejam levados numa visita de estudo às redacções, para verem com quantos profissionais se faz jornalismo hoje em dia? E o que dizer quanto à definição do critério de saber o que é ou não notícia?

Cito uma frase do PÚBLICO online de terça-feira, dia 10: “A lei exige que todas as candidaturas, independentemente da sua dimensão ou influência, tenham igual tratamento por parte dos órgãos de comunicação social, por isso, se se fizer a cobertura de uma acção de campanha de um candidato em Lisboa, terá que se fazer dos restantes oito. As televisões dizem não ter meios para tal e reclamam critérios editoriais para seleccionar a informação.” E, pronto, fica a aula teórica dada, falta só mesmo a visita de estudo…

Ah, mas existe a internet, essa ferramenta democrática que permite a divulgação de mensagens (políticas, no caso) com custos muito reduzidos. Portais como o "porto24.pt" estavam prontos a receber e a publicar as mensagens das campanhas a baixo custo para os candidatos, mas foram informados pela CNE de que não o poderiam fazer, por esse acto ser considerado publicidade. E "os 'outdoors' não são publicidade comercial”? Basta pensar no quanto custará o aluguer dos espaços com os quais esbarramos em tudo quanto é rotunda.

Assim, e para que o país saiba o que andam a fazer os candidatos às câmaras municipais, às juntas de freguesia, às assembleias municipais e de freguesia, proponho o seguinte: que cada um saia de casa com uma "handycam" e depois envie o ficheiro para as televisões. Ficam todos felizes e temos tempos de antena garantidos. Pelo menos, até acabar a bateria.