Seguradora paga 18 milhões de euros pelas pinturas roubadas na Holanda
Fundação que era dona das pinturas roubadas na Holanda dá sinal de pouca esperança de as encontrar.
De acordo com a agência de notícias Associated Press, a seguradora londrina Lloyds foi arrolada pelo tribunal romeno como parte cível no julgamento depois de ter sido revelada a existência de um acordo entre a Triton e uma outra seguradora, a Hiscox Europe, quanto à passagem de propriedade das pinturas, como precisa o New York Times. O diário americano explica que a fundação holandesa, criada para gerir o legado do coleccionador e milionário holandês Willem Cordia, assinou um contrato de cedência de propriedade das sete pinturas em Fevereiro com a sua seguradora, a Hiscox – subsidiária da Lloyds.
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De acordo com a agência de notícias Associated Press, a seguradora londrina Lloyds foi arrolada pelo tribunal romeno como parte cível no julgamento depois de ter sido revelada a existência de um acordo entre a Triton e uma outra seguradora, a Hiscox Europe, quanto à passagem de propriedade das pinturas, como precisa o New York Times. O diário americano explica que a fundação holandesa, criada para gerir o legado do coleccionador e milionário holandês Willem Cordia, assinou um contrato de cedência de propriedade das sete pinturas em Fevereiro com a sua seguradora, a Hiscox – subsidiária da Lloyds.
No banco dos réus sentam-se Radu Dogaru, o alegado cabecilha do grupo de assaltantes, Mihai Alexandru Bitu, Eugen Darie, o modelo e atleta Petre Condrat, que não foi detido e é acusado de tentativa de venda de arte roubada, e a mãe de Dogar – que chegou a dizer, e depois negar, que tinha incendiado as pinturas no fogão da sua sauna para proteger o filho. Um grupo de peritos foi chamado a analisar o que restou da suposta queimada e encontrou vestígios de pinturas a óleo datadas do final do século XIX/início do século XX. O grupo é acusado de perpetrar um dos maiores roubos de arte da última década na Holanda.
As obras em causa são Cabeça de Arlequim, de Pablo Picasso, Waterloo Bridge e Charing Cross Bridge, de Claude Monet, Mulher diante de Uma Janela Aberta, de Paul Gauguin, Leitora em Branco e Amarelo, de Henri Matisse, Mulher com os Olhos Fechados, de Lucien Freud, e Auto-retrato, de Meyer de Haan.
Segundo o New York Times, a sessão de terça-feira do julgamento foi rica em contradições, com confissões sobre o roubo das peças, mas com declarações contraditórias sobre os acontecimentos após o transporte das pinturas até Carcaliu, a aldeia da mãe de Dogaru. Um dos réus, Eugen Darie, mantém que as sete pinturas seguiram até à Roménia após o roubo, por exemplo. Porém, o advogado de defesa de Dogaru disse na terça-feira que o alegado cabecilha teria indicado que cinco das pinturas se encontram num país a leste da Roménia, arriscando que se tratava da Moldávia, e outras duas tinham sido deixadas na Bélgica.
Ontem, o juiz Ioan Adrian Chitoiu acabou por pedir aos advogados de defesa e aos réus que parassem de fazer as suas “muitas declarações sobre a existência ou não-existência dos quadros” até “terem alguma prova” que sustente as suas afirmações. Houve ainda uma explosão de impaciência do juiz perante o calçado informal que Radu Dogaru apresentou em tribunal (uns ténis Adidas), acrescenta o diário norte-americano, que descreve o ambiente da sessão como de uma “farsa” – a sessão foi interrompida por quatro horas, para discutir o pedido de Dogaru de mudança de juiz.
Ainda segundo a Associated Press, os acusados, se considerados culpados, incorrem numa pena que pode chegar aos 20 anos de prisão. A agência cita uma das advogadas de defesa, Maria Vasii, dizendo que a 22 de Outubro, data da próxima audiência, os réus se vão declarar culpados na expectativa de verem as suas penas reduzidas.