Ligas Europeias querem ser ouvidas acerca do Mundial 2022

EPFL recusa "prazos artificiais" para apressar decisão sobre mudanças no calendário do torneio.

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Sepp Blatter considera ser muito, muito difícil combater a batota no desporto Christian Hartmann/Reuters

“A viabilidade de qualquer mudança do calendário envolve todos os aspectos da organização do futebol em todos os países, desde as raízes da relva aos grandes torneios de selecções e às ligas. A mera sugestão de agendar o Campeonato do Mundo para outra altura que não a tradicional é uma questão crucial para as Ligas Europeias, tendo em conta o impacto na organização dos campeonatos nacionais por toda a Europa e do calendário futebolístico internacional em todo o mundo”, considera, em comunicado, a EPFL.

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“A viabilidade de qualquer mudança do calendário envolve todos os aspectos da organização do futebol em todos os países, desde as raízes da relva aos grandes torneios de selecções e às ligas. A mera sugestão de agendar o Campeonato do Mundo para outra altura que não a tradicional é uma questão crucial para as Ligas Europeias, tendo em conta o impacto na organização dos campeonatos nacionais por toda a Europa e do calendário futebolístico internacional em todo o mundo”, considera, em comunicado, a EPFL.

A posição da EPFL - que representa as ligas profissionais de futebol na Europa, as mais ricas e poderosas do mundo - surge um dia depois de o presidente da FIFA, Sepp Blatter, ter admitido pela primeira vez que atribuir ao Qatar a organização do Mundial de futebol de 2022 pode ter sido “um erro”.

Sepp Blatter também disse na segunda-feira que espera que a Comissão Executiva da FIFA aprove a proposta de uma mudança de calendário do futebol internacional, em resposta às críticas sobre as condições meteorológicas (temperatura e humidade) do Qatar em Junho/Julho.

Assim, e em antecipação a este encontro dos órgãos da FIFA, a EPFL considera que “a Comissão Executiva de 3 e 4 de Outubro não deve tomar qualquer decisão precipitada”.

A entidade considera que qualquer mudança do calendário deve ser precedida de uma consulta a todos os decisores, partes interessadas e accionistas do futebol, incluindo a EPFL. Por outro lado, sublinha que “uma decisão tão importante não pode ser apressada” nem ter “prazos artificiais”, uma vez que faltam nove anos para o Mundial do Qatar.

Também apela a que se estudem os efeitos de uma alteração aos calendários tradicionais, nomeadamente o impacto na organização dos jogos de qualificação e de outros torneios da FIFA, noutros eventos desportivos como os Jogos Olímpicos de Inverno, o tempo de preparação das selecções ou o impacto na vida dos clubes.

A EPFL considera ainda que nenhuma decisão sobre recalendarização poderá ser tomada sem estudar e levar em conta “as consequências legais, mediáticas e comerciais” dessa alteração, incluindo, por exemplo, “o impacto no sistema do mercado de transferências” e na empregabilidade dos jogadores profissionais.