UE apoia "resposta clara e forte" aos ataques com armas químicas na Síria
Vinte e Oito admitem que há claros indícios de que foi Assad a ordenar ataque. Obama lança novo apelo ao Congresso.
“Queremos uma resposta clara e forte”, afirmou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, no final de um encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos Vinte e Oito, em que terá sido atingida uma posição comum mínima entre os Estados-membros sobre a reacção internacional aos ataques de 21 de Agosto.
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“Queremos uma resposta clara e forte”, afirmou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, no final de um encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos Vinte e Oito, em que terá sido atingida uma posição comum mínima entre os Estados-membros sobre a reacção internacional aos ataques de 21 de Agosto.
Já depois de se ter distanciado de um ataque norte-americano contra a Síria sem o aval das Nações Unidas, a Alemanha fez hoje saber que vai subscrever o comunicado conjunto assinado na véspera por dez dos 20 países presentes na cimeira do G-20, em que se apela a uma “resposta internacional forte” ao recurso às armas químicas, sem referir explicitamente uma intertenção militar.
Berlim tinha sido a única capital europeia a não subscrever o texto, revelado pouco depois pela Casa Branca, alegando que pretendia esperar por uma tomada de posição comum da UE. “Depois de vermos a excelente e muito sensata posição da UE, a chanceler [Angela Merkel] e eu próprio decidimos que vamos apoiar agora a declaração do G20”, afirmou Guido Westerwelle.
Para o consenso entre os Vinte e Oito terá também contribuído o anúncio, feito sexta-feira em São Petersburgo, pelo Presidente francês, François Hollande, de que França não planeia intervir militarmente antes de os peritos das Nações Unidas que estiveram em Damasco a recolher amostras nas zonas atacadas divulgarem o seu relatório – ainda sem data anunciada. “Acolhemos muito favoravelmente as declarações de Hollande”, admitiu Ashton aos jornalistas.
Obama diz que EUA “não podem ficar cegos”
A Vilnius foi também o secretário de Estado de Obama, John Kerry, com a missão de convencer os seus homólogos europeus a apoiar um ataque. Kerry garantiu-lhes que vai “dar conta das recomendações de alguns membros da UE no sentido de esperar pelos resultados da inspecção da ONU”, disse à AFP um responsável do Departamento de Estado. Mas o chefe da diplomacia de Washington disse também “claramente que os Estados Unidos não decidiram esperar” pelas conclusões dos peritos em armas químicas.
Já de regresso aos EUA depois da cimeira do G20. Barack Obama pediu aos membros do Congresso que não fechem os olhos ao uso de armas químicas por parte do regime sírio. “Nós somos os Estados Unidos. Não podemos ficar cegos diante das imagens que nos chegaram da Síria”, afirmou o líder norte-americano, recordando as fotografias e os vídeos divulgados após os ataques da madrugada de 21 de Agosto nos arredores de Damasco.
“É por isso que peço aos membros do Congresso, dos dois partidos, que se unam e actuam para promover o mundo em que gostaríamos de viver, o mundo que gostaríamos de deixar às nossas crianças e às gerações futuras”, disse, no seu discurso radiofónico semanal.
Descrevendo como “escandaloso” o ataque em que a Casa Branca acusa Bashar al-Assad de ter provocado 1400 mortes, Obama defendeu uma vez mais que não fazer nada “aumentará o risco de ver armas químicas voltarem a ser utilizadas, de ver estas armas caírem em mãos de terroristas que as utilizariam contra nós”, enviando “uma mensagem desastrosa às outras nações”. Pelo contrário, sublinhou, “se agirmos juntos, a nossa nação será mais forte e as nossas acções serão mais eficazes”.
Os membros do Congresso regressam a Washington na segunda-feira e espera-se que votem dos dias seguintes a autorização para recorrer à força contra Assad pedida por Obama – é possível que o Senado vote ainda durante esta semana e que o voto na Câmara dos Representantes só aconteça na semana seguinte. O Presidente norte-americano fará na terça-feira uma nova declaração ao país.