Comissão de Relações Externas do Senado aprova ataques à Síria
A versão adoptada precisa que a política oficial dos Estados Unidos tem como objectivo "mudar a dinâmica no campo de batalha".
A autorização passou por dez votos contra sete, numa votação que se seguiu a uma série de audiências onde os senadores ouviram os argumentos da Casa Branca. Os senadores aprovoram uma "acção limitada" com uma duração máxima de 60 dias (e a possibilidade de ser prolongada até a um máximo de 90) e sem o envio de soldados para o terreno.
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A autorização passou por dez votos contra sete, numa votação que se seguiu a uma série de audiências onde os senadores ouviram os argumentos da Casa Branca. Os senadores aprovoram uma "acção limitada" com uma duração máxima de 60 dias (e a possibilidade de ser prolongada até a um máximo de 90) e sem o envio de soldados para o terreno.
A versão adoptada precisa, como exigia o veterano senador republicano John McCain, que a política oficial dos Estados Unidos tem como objectivo "mudar a dinâmica no campo de batalha na Síria".
Esta “revisão” da estratégia, já admitida por Obama, visou vencer as resistências de alguns dos legisladores, entre os quais McCain, que tinham pressionado o Presidente a alargar o âmbito da missão, considerando que os EUA deveriam procurar a deposição de Bashar al-Assad e a transição para um sistema democrático.
No encontro com os líderes dos dois partidos do Congresso, na Casa Branca, o Presidente repetira que o Pentágono desenhou uma “intervenção limitada e proporcional e que não envolve a presença de soldados no teatro de guerra” para acabar com a capacidade do Exército sírio levar a cabo mais ataques com gás sarin. “Isto não tem nada a ver com o Iraque ou o Afeganistão”, insistiu.
Mas foi mais longe, e desvendou que o ataque com mísseis – que podem ser lançados de porta-aviões ou com recurso à aviação – se insere numa “estratégia mais ampla” que passa pelo fortalecimento da oposição ao Presidente Assad e à mudança de regime.
Para além de Obama, o secretário de Estado, John Kerry, o secretário da Defesa, Chuck Hagel, e o chefe de Estado Maior das Forças Armadas, general Martin Dempsey, tinham já apresentado os motivos para uma acção militar na Síria perante o comité.
Líderes apoiam, mas votação não está garantida
Os líderes democratas e republicanos no Congresso já tinham também manifestado o seu apoio ao plano do Presidente Obama para um ataque limitado contra alvos militares da Síria, abrindo a porta à autorização para o uso da força requisitada pela Administração em resposta ao ataque com armas químicas em Damasco.
“Eu apoio o Presidente e acredito que os meus colegas também vão apoiar o seu plano de acção. O uso de armas químicas é uma barbaridade que não pode ficar sem resposta”, declarara o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, à saída de uma reunião com Obama na Casa Branca.
O líder da maioria republicana na Câmara, Eric Cantor, confirmou a intenção de pedir à sua bancada “um voto no sentido de conceder ao Presidente dos Estados Unidos a opção de usar a força militar na Síria”, na reabertura da sessão legislativa, na próxima semana. “É no interesse da segurança dos Estados Unidos prevenir o uso de armas de destruição maciça, especialmente por um Estado terrorista como a Síria”, referiu.
No entanto, tanto Boehner como Cantor indicaram que a votação não está garantida à partida, e que cabe à Casa Branca liderar o processo, respondendo às perguntas dos legisladores e informando a opinião pública – que, de acordo com as sondagens, está contra o envolvimento militar dos EUA na Síria.
A líder da minoria democrata, Nancy Pelosi, admitiu que as opiniões estão divididas, mas acrescentou que todas as informações disponíveis mostram que “a actuação de Assad desrespeita todas as normas da civilização”. “A responsabilidade do ataque com armas químicas é claramente sua, e não pode ficar impune”, considerou.
Obama anunciou no sábado que iria pedir ao Congresso autorização para atacar Assad. As duas câmaras do Congresso só poderão votar em plenário a partir de segunda-feira, quando recomeçam os trabalhos após a interrupção para férias.