Morreu bombeiro de 18 anos que ficou ferido no fogo da serra do Caramulo

Sobe para seis o número de bombeiros mortos no combate aos fogos.

Bernardo Cardoso, de 18 anos, da corporação de Carregal do Sal, morreu ao início da noite, depois de ter sofrido graves queimaduras, falência multiorgânica e "danos irreversíveis na via aérea", acrescentou fonte da unidade hospitalar em declarações à Lusa. Com a morte deste jovem, sobe para seis o número de bombeiros que morreram este ano no combate aos incêndios florestais.

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Bernardo Cardoso, de 18 anos, da corporação de Carregal do Sal, morreu ao início da noite, depois de ter sofrido graves queimaduras, falência multiorgânica e "danos irreversíveis na via aérea", acrescentou fonte da unidade hospitalar em declarações à Lusa. Com a morte deste jovem, sobe para seis o número de bombeiros que morreram este ano no combate aos incêndios florestais.

As consequências dramáticas, em termos humanos, dos fogos deste ano, levaram o PCP a propor, na Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar, a criação de um grupo de trabalho para os incêndios florestais e a realização de visitas dos deputados às áreas ardidas mais afectadas. "Dada a complexidade e dimensão que [os incêndios] tiveram este ano, com as perdas de vida humanas que foram verificadas, decidimos propor a constituição de um grupo de trabalho e propomos que se visitem as áreas afectadas ou aquelas em que a extensão e os danos foram maiores", disse o deputado João Ramos, do PCP. A votação da proposta comunista foi adiada para a próxima reunião da comissão. João Ramos adiantou ainda que o PCP vai propor hoje que sejam ouvidos na comissão os ministros "da área" dos incêndios.

O PS também quer discutir a "grande tragédia" dos fogos deste ano no Parlamento. Carlos Zorrinho, o líder da bancada socialista, pretende "debater e decidir" hoje, em conferência de líderes, "a forma como esse debate se deve fazer na Assembleia da República".

Os secretários de Estado da Administração Local e das Florestas visitam na manhã desta quarta-feira as áreas afectadas pelo fogo na serra do Caramulo, para avaliarem a situação e calcularem prejuízos do incêndio que consumiu 12 mil hectares de mato e floresta. Serão acompanhados pelos presidentes das câmaras de Tondela, Oliveira de Frades, Águeda e Vouzela e por responsáveis do Instituto Nacional de Estatística e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Centro.

Já calculada está a área consumida pelos fogos deste ano. Só em Agosto arderam 72.284 hectares de floresta e mato, uma área mais de três vezes superior à que ardeu nos restantes meses do ano. As últimas duas semanas foram as mais negras: de 16 a 31 de Agosto arderam cerca de 63 mil hectares, mais do dobro do que tinha ardido até dia 15 - 31 mil hectares.

O último relatório do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) revela que, desde o início do ano até 31 de Agosto, arderam 94.155 hectares, mais 25% do que em igual período de 2012. Mais de três quartos desta área (77%) arderam em Agosto, mês em que se registaram 7283 ocorrências (cerca de 52% do total até à data), um valor bastante acima da média dos últimos dez anos para este mês: 5467.

Ainda assim, o ICNF sublinha que os valores totais (de Janeiro a 31 de Agosto) estão abaixo da média da década: menos 15% de ocorrências e menos 20% do que o valor médio de área ardida nos últimos dez anos.