Promoções já valem um quarto das vendas dos hipermercados
Hipers e supermercados aumentam as vendas em 2,1% e seguram negócio da grande distribuição. Comércio vendeu menos 130 milhões no primeiro semestre.
Os hipers e supermercados conseguiram aumentar as vendas em 2,1% face a 2012, conseguindo um total de mais de cinco mil milhões de euros graças ao efeito das promoções e campanhas de descontos. Já o retalho não alimentar, que inclui o comércio de electrónica de consumo, informática, telecomunicações, livros, combustíveis ou medicamentos não sujeitos a receita médica derrapou 6,1% no primeiro semestre, para 3571 milhões de euros.
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Os hipers e supermercados conseguiram aumentar as vendas em 2,1% face a 2012, conseguindo um total de mais de cinco mil milhões de euros graças ao efeito das promoções e campanhas de descontos. Já o retalho não alimentar, que inclui o comércio de electrónica de consumo, informática, telecomunicações, livros, combustíveis ou medicamentos não sujeitos a receita médica derrapou 6,1% no primeiro semestre, para 3571 milhões de euros.
O sector chegou a 2012 a cair 1,9%, mais do que neste semestre, com o mercado alimentar a conseguir mais 1,3% de vendas (total de 12.451 milhões de euros).
Nestes seis meses, os hipermercados conseguiram atrair mais consumidores e aumentaram a quota de mercado de 23,1% para 24,1%. Também o comércio independente (pequenas lojas, detidas por empresários em nome individual) conseguiu inverter uma tendência de queda que registava nos últimos anos e cresce 0,3 pontos percentuais, para 15,4%. Os supermercados continuam a liderar o mercado com uma quota de 45,8%, mas recuaram ligeiramente (0,1 pontos percentuais face a 2012).
Uma novidade no barómetro da APED foi a estabilização da venda de lacticínios, categoria de produtos que tem vindo a perder clientes de forma expressiva desde que estalou a crise económica e financeira. Manteve a quota de 10,1% que apresentou no primeiro semestre de 2012. O mesmo se passou com as bebidas, que aumentaram de 5,7% para 5,8% de quota. São “ajustamentos às alterações no IVA e à diminuição do rendimento das famílias”, analisa ao PÚBLICO Ana Isabel Trigo de Morais, directora-geral da APED. “Ou temos capacidade para ter um equilíbrio entre preço e qualidade que o cliente possa pagar, ou o consumo cai”, acrescenta.Todos os produtos analisados pela associação, que se baseia em dados da AC Nielsen, GfK e Kantar, conseguiram crescer ligeiramente as vendas.
25% dos produtos vendidos em promoção
Os resultados do barómetro, que a APED divulga frequentemente, mostram mais uma vez que a estratégia de descontos está a conseguir manter e atrair uma base de clientes às lojas da grande distribuição. Ana Isabel Trigo de Morais adianta que 25% das vendas realizadas neste primeiro semestre foram feitas com base em promoções. “São 3,8 milhões de euros de vendas de bens de grande consumo”, revela.
Neste cenário, as marcas da indústria estão a conseguir aumentar o seu peso no mercado e a travar o aumento das marcas detidas pelas grandes cadeias de supermercados, que até 2012 tinham vindo sempre a aumentar presença no carrinho de compras. A quota de mercado destes produtos – que começaram por ser chamados “marcas brancas” porque inicialmente não tinham qualquer logótipo que os distinguisse – caiu de 37,2% no primeiro semestre de 2012 para 35,8% no mesmo período deste ano. Já os produtos fabricados e detidos pela indústria alimentar cresceram 1,4 pontos percentuais, para 64,2%.
No negócio não alimentar, os números são negativos. A electrónica de consumo perdeu 37% de vendas, para 142 milhões de euros, mas Ana Isabel Trigo de Morais sustenta que este é um mercado dependente da conjuntura. Quando há, por exemplo, campeonatos de futebol, a venda de LCD aumenta.
Nem as constantes promoções conseguiram travar as quedas no vestuário, que perde 103 milhões de euros em seis meses. O consumo de combustíveis também reduz 6,1%, para 1604 milhões de euros.
Os portugueses continuam adeptos das novas tecnologias e estão a substituir os telemóveis por smartphones a grande ritmo. As vendas destes equipamentos dispararam 73,9%. Ana Isabel Trigo de Morais diz que os consumidores se estão a equipar para o “futuro do comércio electrónico”.