Hayao Miyazaki não vai fazer mais filmes de animação
"The Wind Rises", apresentado este domingo no Festival de Veneza, é o último filme do mestre da animação japonesa
O mestre da animação japonesa Hayao Miyazaki vai retirar-se do cinema, foi anunciado este domingo a uma plateia de jornalistas apanhados de surpresa no 70.º Festival de Veneza. Aquele que sabemos agora ser o mais recente, mas também o último filme de Miyazaki, "The Wind Rises", foi apresentado este domingo no festival.
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O mestre da animação japonesa Hayao Miyazaki vai retirar-se do cinema, foi anunciado este domingo a uma plateia de jornalistas apanhados de surpresa no 70.º Festival de Veneza. Aquele que sabemos agora ser o mais recente, mas também o último filme de Miyazaki, "The Wind Rises", foi apresentado este domingo no festival.
Autor de onze longas-metragens aclamadas pela crítica e detentor de um Óscar de melhor filme de animação por "A Viagem de Chihiro", Hayao Miyazaki não se encontra no Festival de Veneza, sendo conhecido pela sua discrição e reclusão. O anúncio do fim da sua carreira cinematógrafica foi feito então pelo seu sócio, Koji Hoshino, que gere com o mestre da animação o Studio Ghibli. "Miyazaki decidiu que "Kaze Tachinu" (The Wind Rises) será o seu último filme, e vai retirar-se", disse Hoshino, citado pela "Variety".
Os detalhes adicionais sobre esta decisão serão dados pelo próprio realizador, em Tóquio, no Japão, disse ainda Hoshino. Aos 72 anos, Miyazaki, que se descreve como um "workaholic", é autor de "A Princesa Mononoke" (1997), "A Viagem de Chihiro" (2001), "O Castelo Andante" (2004) ou "Ponyo à beira-mar" (2008), acumulando prémios como o Óscar de melhor filme de animação, o Urso de Ouro em Berlim (2002) ou o Leão de Ouro pela sua carreira (Festival de Veneza, 2005).
O facto de ter espaçado as suas longas-metragens fez com que em 2007 surgissem rumores sobre a sua intenção de se retirar — algo que foi afastado quando lançou "Ponyo à beira-mar". A sua carreira é atravessada por histórias infantis que conversam com os adultos, por seres humanos e a sua relação com a natureza, por aventuras e aspirações, por desenhos feitos a lápis e com muito pouco computador nos seus filmes. Várias das suas obras tiveram presença regular no festival de cinema de animação português Monstra, além de terem tido estreia comercial nas salas portuguesas.
Nascido em Janeiro de 1941 em Tóquio, aos 20 anos já trabalhava em animação, tocando as várias áreas do sector, dos argumentos à produção ou montagem.
Este domingo, apresentou aquele que será o seu derradeiro filme, "The Wind Rises". "Ele quer despedir-se de vocês", disse o seu sócio em Veneza aos jornalistas, deixando mais detalhes sobre a decisão do cineasta para a conferência de imprensa que deve acontecer na próxima semana em Tóquio.