Confirmado o elemento 115 da tabela periódica

Novo elemento superpesado só existe por uns instantes, no laboratório.

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Acelerador de partículas onde a experiência foi feita, na Alemanha G. Otto/Centro GSI Helmholtz para a Investigação de Iões Pesados

Os elementos com número atómico superior a 104 (o número de protões no núcleo dos átomos) são considerados elementos superpesados. Além de terem de ser produzidos em laboratório, só existem por uns instantes, transformando-se rapidamente noutros átomos mais leves. Não ocorrem espontaneamente na natureza, porque a quantidade de partículas no seu núcleo torna-os muito instáveis.

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Os elementos com número atómico superior a 104 (o número de protões no núcleo dos átomos) são considerados elementos superpesados. Além de terem de ser produzidos em laboratório, só existem por uns instantes, transformando-se rapidamente noutros átomos mais leves. Não ocorrem espontaneamente na natureza, porque a quantidade de partículas no seu núcleo torna-os muito instáveis.

Em 2004, a equipa de S.N. Dmitriev, do Laboratório Flerov de Reacções Nucleares da Rússia, relatou a obtenção do elemento 115. Mas as provas apresentadas ainda foram consideradas insuficientes para que a descoberta se pudesse tornar oficial. Era necessário uma confirmação independente, por outra equipa.

Agora, a equipa coordenada pela Universidade de Lund disparou átomos de cálcio (com 20 protões no núcleo) contra átomos de amerício (com 95 protões), no Centro GSI Helmholtz para a Investigação de Iões Pesados, em Darmstadt, na Alemanha. E daí surgiu o elemento 115, que é altamente radioactivo. O resultado será publicado na revista The Physical Review Letters.

Como esta equipa utilizou um novo sistema de detecção dos átomos, conseguiu obter provas directas da existência do elemento 115 e dos produtos resultantes, funcionando isto como as suas impressões digitais, refere um comunicado da Universidade Mainz, na Alemanha, que também participou na investigação.

“Esta experiência pode ser vista como uma das mais importantes desta área nos últimos anos, porque finalmente ficou claro que se podem tirar impressões digitais até dos elementos mais pesados”, dizem, no comunicado, Dirk Rudolph, da Universidade de Lund, e Christoph Düllmann, da Universidade de Mainz. “O resultado dá um grau de confiança elevado aos relatos anteriores. Também estabelece os alicerces para futuras medições deste tipo.”

Estas experiências permitem também obter informação sobre as estruturas e as propriedades dos núcleos dos átomos mais pesados actualmente conhecidos, sublinha o comunicado: “Isto abre o caminho a novas previsões sobre as propriedades dos átomos para lá da fronteira do conhecimento actual.”

Agora, um comité – da União Internacional de Química Pura e Aplicada e da União Internacional de Física Pura e Aplicada – vai fazer a revisão dos novos resultados e decidir se ainda são necessárias mais experiências. Só depois de aquele comité aceitar e confirmar oficialmente o 115 elemento, a questão do nome se colocará.

Nessa altura, a equipa russa terá a primazia na escolha do nome, uma vez que foi a primeira a detectá-lo. Designado por todo o lado por ununpêntio (que em latim significa um-um-cinco), resta saber se o nome popular é o que ficará no final inscrito na tabela periódica, criada por Dimitri Mendeleiev em 1869, então só com 60 elementos.