Menezes forçado a cancelar concerto de Tony Carreira em Gaia

Todos os candidatos à câmara, com excepção de Abreu Amorim, da coligação PSD-CDS, subscreveram carta a exigir cancelamento do evento.

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O concerto estava marcado para dia 13 de Setembro, nas vésperas do arranque da campanhaautárquica Manuel Roberto

“Os serviços técnicos [da câmara] acharam que deviam fazer uma festa com Tony Carreira [para a inauguração do pavilhão], mas quando ontem [quinta-feira] soube disso achei que não era eticamente enxuto”, afirmou à Lusa Luís Filipe Menezes que acrescentou: “proibi a sua realização”.

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“Os serviços técnicos [da câmara] acharam que deviam fazer uma festa com Tony Carreira [para a inauguração do pavilhão], mas quando ontem [quinta-feira] soube disso achei que não era eticamente enxuto”, afirmou à Lusa Luís Filipe Menezes que acrescentou: “proibi a sua realização”.

A decisão de anular o concerto foi tomada pelo autarca de Gaia e candidato do PSD à Câmara do Porto momentos depois de uma carta que exigia a Menezes a anulação do concerto ter sido entregue em Casa da Presidência, pelas 17h03, em Gaia. A carta, a que o PÚBLICO teve acesso, é subscrita, por sugestão de José Guilherme Aguiar, pelos seis candidatos que concorrem às eleições em Gaia, com excepção do cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP. São eles Eduardo Vítor Rodrigues (PS), Jorge Sarabando (CDU), Eduardo Pereira (BE), Manuel Vieira Machado (independente) e Cristiana Máximo (PCTP /MRPP).

“Na vida política há regras e uma ética que nenhum poder deve ultrapassar. É entendimento unânime dos signatários que inaugurar um pavilhão municipal a três dias do início de uma campanha eleitoral autárquica e fazê-lo através de uma festa com laivos evidentes de comício, pago por dinheiros públicos, ultrapassa, em muito, esse limite que, desde logo, o bom senso deveria ter impedido”, afirmavam os candidatos na carta dirigida ao presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes.

“Não tendo sido o caso e em ordem a não justificar a tomada de outro tipo de atitudes que a gravidade da situação descrita justifica, vimos, por agora, sensibilizar V. Exª para a absoluta conveniência de tal evento ser anulado. E se se invocar compromissos já assumidos, não será seguramente impossível marcar outra data subsequente ao acto eleitoral de 29 de Setembro para o mesmo efeito”, refere a carta

O documento foi entregue pela candidatura independente Juntos por Gaia, liderada por José Guilherme Aguiar. Ao PÚBLICO, o candidato explicou que a iniciativa de mobilizar as restantes candidaturas à câmara foi sua por discordar da decisão da câmara de marcar a inauguração do pavilhão municipal com a presença de Tony Carreira em cima da campanha eleitoral.

“É inaceitável”, insurgiu-se afirmando depois que as verbas que custearam a requalificação do pavilhão municipal de Oliveira do Douro que agora vai ser inaugurado foram da sua responsabilidade, enquanto vereador do Desporto da Câmara de Gaia”. “Fui eu que tratei desse assunto com o então secretário de Estado do desporto, Laurentino Dias e por isso fiquei chocado que a Câmara de Gaia tivesse marcado a inauguração a três dias da campanha”, sublinha a cabeça de lista do Grupo de Cidadãos Juntos por Gaia.

Guilherme Aguiar salientou que as candidaturas que aceitaram subscrever a carta fizeram-no “sem quaisquer hesitações”.

Carlos Abreu Amorim, candidato pela coligação PSD/CDS-PP, fez uma primeira declaração ao PÚBLICO, afirmando que a” inauguração do pavilhão não era um acontecimento de campanha e que a Câmara de Gaia não pode parar por causa da campanha eleitoral”, mas pouco depois quando já era conhecida a decisão de Menezes de anular o concerto, corrigiu o seu ponto de vista.

“Se quiserem anular o concerto por mim tudo bem, Coligação Gaia na Frente não se vai opôr. Com tanto s problemas sociais, económicos e políticos,  estar a fazer um problema na campanha por causa do concerto do Tony carreira não faz nenhum sentido e para mim não há nenhuma questão”, acrescentou Carlos Abreu Amorim.