Percorrer o Caminho de Santiago sobre duas rodas
Quatro amigos fizeram, sempre a pedalar, umas férias baratas de quatro dias. Dormiram em albergues e fizeram piqueniques. Cada um gastou cerca de 75 euros.
Quatro amigos decidiram percorrer sobre duas rodas o caminho português até Santigo de Compostela, na Galiza. O objectivo era aproveitar as férias e gastar pouco dinheiro, como convém em tempos de crise. Edgar Costa, Cecília Vieira, Teresa Pinto e Bruno Gramaxo pegaram nas bicicletas e fizeram o percurso em quatro dias. Cada um gastou cerca de 75 euros. Esta é mais uma experiência de Verão "low cost" partilhada por utilizadores do P3.
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Quatro amigos decidiram percorrer sobre duas rodas o caminho português até Santigo de Compostela, na Galiza. O objectivo era aproveitar as férias e gastar pouco dinheiro, como convém em tempos de crise. Edgar Costa, Cecília Vieira, Teresa Pinto e Bruno Gramaxo pegaram nas bicicletas e fizeram o percurso em quatro dias. Cada um gastou cerca de 75 euros. Esta é mais uma experiência de Verão "low cost" partilhada por utilizadores do P3.
O grupo partiu de Vila Nova de Famalicão a 30 de Julho, tendo Ponte de Lima como destino final do primeiro dia de viagem. Passaram por Barcelos, São Pedro Fins e Balugães, antes de chegarem ao final do primeiro dia de pedalada. Após oito horas de viagem, aproveitaram para se refrescarem nas margens do rio Lima e seguiram até ao Albergue de Peregrinos de Ponte de Lima. Depois do "check-in", fizeram uma refeição no restaurante Manuel Padeiro, onde pagaram oito euros (menu peregrino).
“O albergue é fantástico. Está situado próximo do coração da vila, logo depois da Ponte Velha sobre o rio Lima e tem uma vista privilegiada. As infra-estruturas são boas: duas camaratas espaçosas nas águas furtadas do edifício, sanitários, balneários, sala de estar com acesso à Internet e cozinha no piso intermédio. Existe uma área para deixar as bicicletas e outra para lavar e secar roupa”, diz Edgar no seu blogue. O melhor de tudo? Só precisaram de cinco euros para passar lá a noite.
O segundo dia começou cedo para os quatro amigos. Às seis da manhã estavam acordados para uma nova maratona de pedalada, mas um problema na bicicleta de Edgar atrasou-lhes a saída. Era a hora de Bruno — que Edgar considera “o MacGyver dos tempos modernos” — entrar em acção e tratar da avaria. Resolvido o problema, retomaram o caminho seguindo pela Serra da Labruja, ainda que tivessem de passar a pior parte desta com a bicicleta às costas.
Dormir em Porriño por seis euros
Chegados à fronteira, fizeram compras no supermercado e optaram por um piquenique. Acabava assim a aventura em terras lusas e começava a etapa até Porriño, onde iriam passar a noite. À chegada ao Albergue de Peregrinos de Porriño, fizeram o respectivo pagamento de seis euros. “O albergue estava mesmo no centro da vila, tinha igualmente boas infra-estruturas e um grande 'hall' onde os peregrinos se encontravam para confraternizar”, conta Edgar em conversa telefónica com o P3.
A meta do terceiro dia de etapa era chegar a Valga. Passaram Redondela e chegaram a Pontevedra, onde pararam para almoçar. Ao passarem a Ponte de Burgos, sobre o rio Lerez, os quatro amigos encontraram “uns maravilhosos 'tracks' de terra batida que contrastavam com o ar citadino de Pontevedra”, conta Edgar. Aproveitaram para fazer um desvio até ao Parque Natural Ria Barosa, que relata ser "um local para os amantes da natureza, com cascatas e espaços verdejantes”. O Albergue de Peregrinos de Valga, onde pernoitaram, mantém as mesmas características dos anteriores e regista a mesma tarifa de seis euros.
O quarto e último dia de viagem conta apenas com 30 quilómetros e os quatro amigos tinham tempo suficiente para chegar a Santiago de Compostela antes da hora de almoço. Ainda passaram por Padrón, "um local extremamente interessante de visitar", conta Edgar. A chegada a Santiago de Compostela ocorreu sem problemas de maior, embora Edgar tenha feito os últimos 20 quilómetros sem o travão de trás.
Ao todo foram cerca de 230 quilómetros percorridos e 75 euros gastos por cada um. Locais a não perder? “Ponte de Lima, Pontevedra, Padrón e Santiago de Compostela são, sem dúvida, os pontos mais atractivos da viagem”. Mas deixam um aviso de um ensinamento que lhes deram em Ponte de Lima: "Façam o caminho, mas façam-no devagar, caso contrário, pouco irão aprender".