Merkel avisa que perdão da dívida grega pode provocar "efeito dominó"
Estas declarações da governante à Focus surgem cerca de um mês antes das eleições na maior economia europeia e dias depois de o tema Grécia ter surgido em força no decorrer da campanha eleitoral alemã.
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Estas declarações da governante à Focus surgem cerca de um mês antes das eleições na maior economia europeia e dias depois de o tema Grécia ter surgido em força no decorrer da campanha eleitoral alemã.
"Estou a advertir expressamente contra um perdão da dívida", afirmou Merkel, de acordo com as partes da entrevista que já foram reveladas pela Focus, e que são citadas pela agência de notícias francesa (AFP).
"Poderia desencadear um efeito dominó de incerteza resultando na inversão da vontade dos investidores privados apostarem de novo na zona euro", realçou a chanceler.
O perdão parcial da dívida grega implicaria uma redução no valor dos títulos de dívida existentes, levando os investidores que emprestaram dinheiro à Grécia a perder parte do reembolso do valor devido.
Merkel disse que a dívida da Grécia e as reformas estruturais do país voltarão a ser analisadas em 2014, como está planeado. "Até lá, o país ainda tem muito a fazer e deve continuar de forma consistente a implementar as suas reformas", assinalou a governante alemã.
O ministro das Finanças da Grécia, Yannis Sturnaras, reconheceu neste domingo a possibilidade de o país necessitar de nova ajuda financeira, ainda que defenda que este apoio, que não superará os 10 mil milhões de euros, não esteja vinculado a condições.
O governante helénico prestou estas declarações ao jornal Proto Thema, assinalando que, no caso de a Grécia vir a precisar de um terceiro programa de ajuda internacional, este rondará os 10 mil milhões de euros, isto é, um valor muito inferior aos envolvidos nos dois primeiros resgates, que ascenderam a 240 mil milhões de euros.
Ainda assim, Yannis Sturnaras fez saber que "não se pode falar de um novo memorando, mas sim de um pacote de ajuda financeira sem novas condições" que ultrapassem os objectivos fixados até 2015.
Paralelamente, o ministro grego afastou categoricamente a possibilidade de haver um novo perdão da dívida helénica, ainda que não tenha descartado a hipótese de haver uma reestruturação da mesma.