Cavaco Silva: "António Borges foi dos economistas mais brilhantes da sua geração"
Reacções à morte do economista.
Cavaco Silva: "Um dos economistas mais brilhantes da sua geração"
Presidente da República
“Foi com o mais profundo pesar que recebi a notícia da morte do professor António Borges, um dos economistas mais brilhantes da sua geração, que justamente alcançou reconhecimento e respeito internacionais, em particular devido ao exercício, durante muitos anos, das prestigiadas funções de Reitor do INSEAD.
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Cavaco Silva: "Um dos economistas mais brilhantes da sua geração"
Presidente da República
“Foi com o mais profundo pesar que recebi a notícia da morte do professor António Borges, um dos economistas mais brilhantes da sua geração, que justamente alcançou reconhecimento e respeito internacionais, em particular devido ao exercício, durante muitos anos, das prestigiadas funções de Reitor do INSEAD.
O professor António Borges foi uma personalidade marcante da vida pública portuguesa, que se destacou pela sua invulgar competência profissional e académica e pela firmeza inabalável das suas convicções. Universitário de excelência, teve, ao longo de décadas, uma influência profunda em gerações de estudantes das melhores escolas de economia e gestão. Ambicionava um Portugal mais próspero e desenvolvido e nunca desistiu de lutar por esse ideal."
Passos Coelho: "Personalidade de grande prestígio técnico e académico"
Primeiro-ministro
"O primeiro-ministro recebeu hoje com profunda consternação a notícia do falecimento do professor António Borges, figura destacada da vida pública portuguesa e personalidade de grande prestígio técnico e académico na cena internacional, com quem mantinha laços de amizade e respeito mútuo.
Economista e professor de méritos reconhecidos, António Borges norteou sempre a sua actividade pública por um apurado sentido de dever e serviço público, tendo atingido lugares de topo em vários domínios, dentro e fora de Portugal. O primeiro-ministro não esquece a lucidez e determinação com que o professor António Borges desempenhou as funções de consultor do Governo para as privatizações e renegociações das Parcerias Público-Privadas, numa altura em que já travava um combate difícil com a doença que o viria a vitimar."
Carlos Moedas: "Pessoa mais optimista que conheci"
Secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro
“É o homem que conheci com maior sabedoria, no sentido da palavra sabedoria. Quando alguma coisa me falhava, procurava-o e ele explicava coisas complexas com palavras simples. Por isso é que um grupo de jovens e de pessoas de idades abaixo da dele o admiravam tanto”, explicou na manhã deste domingo ao PÚBLICO Carlos Moedas, secretário de Estado Adjunto de Passos Coelho, que entrou para a Goldman Sachs, como “júnior”, quando Borges já era vice-presidente do banco de investimento em Londres.
Moedas revelou-se consternado com a morte do seu “amigo” e “mentor” e evocou-o como “a pessoa mais optimista” que conheceu,” um homem que olhava para a vida sempre pelo lado positivo, mesmo nos momentos mais difíceis: “Era extraordinário.” Há umas semanas, contou, almocei com ele e foi ele que me deu força quando devia ter sido o contrário.”
Marques Mendes: "Às vezes era polémico, porque seguia as suas convicções"
Antigo líder do PSD
"Recordo António Borges como um economista brilhante, com um pensamento forte e estruturado, e um académico reconhecido em Portugal e no estrangeiro. Foi um dos portugueses de maior prestígio a nível internacional.
Às vezes era polémico, porque seguia as suas convicções. Impressionou-me a sua atitude durante os últimos três anos. Decidiu viver, mais do que com dignidade, com coragem.
É uma perda grande, primeiro, para a família, e também para o país". [Depoimento feito à Lusa]
Jorge Coelho: "Lutava por aquilo em que acreditava"
Antigo ministro do PS
“É uma pessoa por quem tinha - e tenho - grande estima e respeito e acho que é um bom exemplo de alguém com um problema de saúde muito grave durante este tempo todo que não deixou de fazer a sua própria vida, de lutar por aquilo em que acreditava independentemente do problema grave de saúde que ele achava que era sempre ultrapassável.
Independentemente das ideias que muitas, muitas vezes não eram coincidentes com as minhas, era uma pessoa por quem eu tenho um grande respeito pessoal e intelectual." [Depoimento feito à Lusa]
Leonor Beleza*: "Exemplo de empenho, inteligência e força"
Presidente da Fundação Champalimaud
"O desaparecimento de António Borges constitui uma enorme perda para o nosso país e para todos nós que beneficiámos das qualidades humanas, intelectuais e profissionais de excepção de que era senhor.
Contámos sempre na Fundação Champalimaud com a sua preciosa colaboração e amizade, primeiro como administrador e em seguida como membro do nosso conselho de curadores, de que até agora foi membro. António Borges foi, até ao fim, um exemplo de empenho, inteligência e força.
Neste dia manifestamos o profundo pesar da Fundação e sentimo-nos todos mais pobres."
João Moreira Rato: "Grande exemplo de coerência"
Presidente do do IGCP (Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública)
“Para mim foi um grande exemplo, de grande coragem intelectual que agia de acordo com as suas convicções. E, nestes tempos difíceis para ele, mantinha uma energia intelectual impressionante. E ficava-se com a ideia de que essa energia, muito racional, o mantinha activo. Foi para nós um grande exemplo de disciplina intelectual e de coerência.”
Fernando Ulrich: "Não conheço mais ninguém assim"
Presidente do BPI
Ele foi a pessoa mais brilhante da minha geração pois conjugava uma inteligência superior com uma capacidade de comunicação invulgar. Não conheço mais ninguém assim.
Viveu sempre com uma grande coerência de todos os pontos de vista e isso merece todo o respeito.
Foi de uma enorme coragem a forma como viveu os últimos tempos em que o pude acompanhar.
Tinha uma grande paixão pela família e por Portugal. Ele tinha a crença enorme em Portugal e nos portugueses e acreditava firmemente que apesar do processo de ajustamento a economia portuguesa ia recuperar e até com algum dinamismo. Tivemos várias discussões sobre esse tema e eu não era tão confiante como ele. Fiquei contente, tendo ele que partir, que ainda tivesse assistido ao início da recuperação económica.”
José Roquette: "Perdemos um grande português"
Professor, médico, amigo e sócio na sociedade agrícola Terras de Alter
“Perdemos um grande português, com provas dadas no estrangeiro, e eu perdi um grande amigo e sócio que me vai fazer muita falta. Um economista, um professor e pedagogo, um homem de família, um homem bom. Um exemplo para muitos pelo seu percurso de vida. E foi também uma demonstração da qualidade de um português lá fora.”
Teresa Leal Coelho: "Morreu sem medo de falar verdade"
Vice-presidente do PSD
"O PSD lamenta profundamente a morte do companheiro António Borges. Foi um economista de excelência que se colocou ao serviço de Portugal. Morreu como viveu. Morreu sem medo de falar verdade"
Alexandre Soares dos Santos: "Portugal perde uma mente brilhante"
Presidente da Jerónimo Martins
"A morte de António Borges faz deste um dia triste para Portugal, que perde um homem de grande cultura, com uma enorme independência e uma mente brilhante. Era um verdadeiro senhor.
Teve uma trajetória académica e empresarial com uma projecção e mérito invulgares, nacional e internacionalmente, que o tornaram uma fonte de conhecimento ímpar e alguém cuja análise e opinião tinham o potencial de contribuir para se tomarem melhores decisões, nas mais diversas matérias.
Essa mesma coragem e determinação demonstrou nos últimos anos face à brutalidade da doença que o atingiu. Nunca faltou a uma reunião importante, participou sempre com o melhor do seu conhecimento e capacidade analítica, e nunca esquecerei o esforço e o sentido de compromisso que o levaram à Colômbia, em Março deste ano, onde nos acompanhou no arranque da nossa operação, como se a doença não tivesse qualquer poder sobre ele.
A verdade é que o cancro acabou por derrotá-lo, mas nunca vencerá o exemplo de máximo profissionalismo, competência e dignidade que deixa a quem o conheceu e privou com ele." [Depoimento feito à Lusa]